domingo, 23 de abril de 2017

Presidente do Flu é contra nova licitação e critica postura do Fla: "Maracanã é dos 4 grandes"



Até pouco tempo, o Fluminense evitava se manifestar sobre o futuro do Maracanã. Desde o fim da gestão Peter Siemsen e o começo da Pedro Abad, o clube mantinha o discurso de aguardar o governo do Rio de Janeiro definir a situação - a Odebrecht, vencedora da licitação em 2013, com direito de explorar o estádio por 35 anos, anunciou que deseja romper o contrato. Apesar de a empresa ter acertado o repasse da concessão à Largardère, o governador Luiz Fernando Pezão avalia a abertura de novo processo licitatório. Esta possibilidade, defendida pelo Flamengo, foi duramente criticada pelo atual mandatário tricolor. Ao definir a posição do Rubro-Negro como individualista, o dirigente disse que o Maraca é dos quatro grandes, incluindo Botafogo e Vasco. Reclamou do que chamou de desejo do Fla em ter 100% da gestão e prometeu defender os interesses do time das Laranjeiras. 


O Flu tem contrato firmado com o atual administrador do estádio. Em 2016, mudou pela última vez as regras para mandar seus jogos.

O quarto aditivo do acordo entre as partes aumentou os custos com a operação da partida e determinou o pagamento de um pequeno aluguel.

Em contrapartida, deu ao clube toda a renda da billheteria e 25% do valor arrecadado nos bares. Esta relação, aliás, foi referendada pela Justiça em recente disputa, à época em que o Tricolor brigou para enfrentar o Liverpool, do Uruguai, no estádio. 

- A gente tem visto nas redes sociais o vice-presidente administrativo do Flamengo falar claramente que a gestão tem de ser 100% do Flamengo. Isso demonstra o quão individual é a posição do Flamengo. Eu discordo totalmente. Acho que o Maracanã é dos quatro grandes. Todo mundo tem de poder jogar. E não cabe a um clube determinar quais são as condições que um outro vai jogar. Nem o Fluminense, nem o Vasco, nem o Botafogo e nem o Flamengo - disse Abad, na noite de sábado, logo após a classificação do Flu à final do Carioca, com vitória sobre o Vasco.

Rafael Costa Strauch é vice-presidente de Administração e de Gabinete da Presidência do Fla. Em sua conta no Twitter, definida como pessoal, escreveu que a gestão do Maracanã deveria ser "100% nossa permitindo qualquer outro time jogar lá mediante pagamento mínimo para pagar os custos". Em notas e em entrevistas, o presidente Eduardo Bandeira de Mello defendeu nova licitação e ameaçou não jogar caso a LU Arenas (Largardère/BWA) assuma a gestão do Maracanã. Pois o Flu entende que esta empresa deveria assumir a gestão. 

- O Maracanã tem de estar à disposição dos clubes do Rio de Janeiro. Não só de um. Ou não só sob a gerência de um clube e, eventualmente, permitindo que outros usem. O Maracanã foi construído com dinheiro público. Mais de R$ 1,5 bilhão. Não tem sentido que um clube sozinho tenha a gerência dele - completou Abad.

Após o acerto entre Lagardère e Odebrecht, Pezão, de acordo com a coluna ''Radar Online'', da revista "Veja", tomou a decisão de abrir nova licitação para decidir quem será o futuro gestor do estádio. O governo do estado, em nota, divulgou que "avalia todas as alternativas existentes quanto ao uso e gestão do equipamento, sempre observadas condicionantes legais aplicáveis e o atual estágio do contrato de concessão em vigor." A Lagaradére já tinha pré-contrato assinado com a Odebrecht e estava até instalada em sala dentro no estádio para avaliar primeiras intervenções. O grupo analisa entrar na Justiça caso o governo do estado decida fazer nova licitação. Isto porque, em 2013, a Lagardère ficou em segundo lugar na concorrência. Perdeu para a Odebrecht na competição para gerir o estádio do Maracanã. 

Confira a entrevista completa com Pedro Abad:

Provável nova licitação

Não acho que seja quase certa, mas de qualquer forma, o Fluminense acha e entende claramente que vai ser um prejuízo muito grande ao Estado, um prejuízo muito grande ao povo do Rio de Janeiro pois o processo de licitação é demorado. O estado vai ter de arcar com o custo de operação e de manutenção do estádio, que são muito caros. Além do mais, existe uma outra empresa que tem interesse. O Fluminense nunca demonstrou predileção por nenhuma das empresas. O que importa ao Fluminense é que o estádio continue funcionando de forma empresarial. Então, o que o Fluminense espera é que as coisas não saiam dessa forma. E, se por algum motivo acontecer, tenho certeza de que o Maracanã tem de estar à disposição dos clubes do Rio de Janeiro. Não só de um. Ou não só sob a gerência de um clube e, eventualmente, permitindo que outros usem. O Maracanã foi construído com dinheiro público. Mais de R$ 1,5 bilhão. Não tem sentido que um clube sozinho tenha a gerência dele. Por isso que o edital que está em vigência hoje não permitiu aos clubes a gerência e exigia, ao menos, dois clubes com contrato. 

Postura do Flamengo

Realmente, a postura... eu não concordo. A gente tem visto nas redes sociais o vice-presidente administrativo do Flamengo falar claramente que a gestão tem de ser 100% do Flamengo. Inclusive, ele foi perguntado sobre a mudança do nome do estádio. Ele falou que dependia. Mas é obvio que o nome é tombado, assim como a parte externa do estádio. Mas isso demonstra o quão individual é a posição do Flamengo. Eu discordo totalmente. Acho que o Maracanã é dos quatro grandes. Todo mundo tem de poder jogar. E não cabe a um clube determinar quais são as condições que um outro vai jogar. Nem o Fluminense, nem o Vasco, nem o Botafogo e nem o Flamengo. 

Lagardère deveria assumir?

É o natural. Tem uma empresa que está disposta a tocar o Maracanã de imediato e continuar a operação. O Flamengo sempre esteve do lado da GL/CSM, entendendo que era melhor. E quando essa empresa desistiu imediatamente, partiu para a ideia de nova licitação e comandar. Não é que o Flamengo prefira nova licitação. Ele prefere ficar sozinho com o Maracanã e isso, naturalmente, não concordo. 

Como fica o atual contrato do Flu?

Vamos analisar juridicamente os motivos da eventual rescisão dessa concessão. E, certamente, alguém vai responder por isso. Não acredito que vá acontecer. O Fluminense vai lutar pelos seus direitos e vai incomodar bastante quem deu causa a essa rescisão.

Fonte: GE

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