sábado, 23 de julho de 2016

Prancheta tática: como armar o time com Diego?



Não há dúvida entre os amantes do futebol brasileiro que a mais importante contratação de um clube em 2016 é a chegada de Diego ao Flamengo. Com direito a festa com mais de mil torcedores no aeroporto, o ex-jogador do Fenerbahce, Atlético de Madrid e Juventus chega com status de ídolo, e gera a chamada “dor de cabeça boa” para Zé Ricardo.

Entretanto, passada a euforia inicial, é hora de o treinador rubro-negro começar a pensar em como montar a equipe.


Não há dúvida que Diego chega para ser titular absoluto. Mas como Zé Ricardo pensa futebol? É possível jogar com três meias? Alan Patrick e Diego podem jogar juntos? Precisamos tanto de jogadores velozes pelos lados para formar um time vencedor?

Zé Ricardo vem mantendo um padrão tático no Flamengo e já deu a entender em entrevistas recentes que não deve alterar muito a forma de jogar do time. Ele gosta de atletas velozes nas pontas, que consigam atacar e recompor a defesa com a mesma rapidez. Ele entende que o equilíbrio do time está na velocidade de organização da equipe, na transição entre o ato de atacar e se defender. Por isso, arma o time em um 4-2-3-1 e não abre mão destes pontas de lado de campo.

Se Zé Ricardo mantiver esse pensamento, Diego entraria centralizado na linha de três no meio campo. Restaria para Alan Patrick, um de nossos melhores jogadores, aguardar oportunidades com possíveis contusões ou desgaste físico do novo astro rubro-negro. Porém, o maior problema desta formação tem nome e sobrenome: Marcelo Cirino. Imagine Diego distribuindo assistências para este ser desengonçado e vê-lo toda vez brigar com a bola e dar de canela para a linha de fundo.

É bem verdade que o treinador rubro-negro tem grande participação na boa organização do time após a saída de Muricy Ramalho. Porém, futebol pode e deve ser pensado de diversas maneiras e com diferentes formações táticas. Tendo tantas boas opções para o meio, por que não montar um time mais técnico? Há maneiras de se montar uma equipe que ocupe bem os espaços e que não tenha necessidade dos atacantes voltarem para marcar o lateral. E o mais importante, que conte efetivamente com 11 jogadores em campo, e não 10 + 1 Cirino.

Partindo deste princípio, muitos torcedores pedem a saída dos dois velocistas, para a utilização de três meias, com a manutenção do mesmo desenho tático. Porém, penso que Alan Patrick não tem o dinamismo necessário para jogar pelo lado do campo. E Mancuello, mesmo sabendo jogar em mais de uma posição no meio, não se encaixaria jogando aberto pela esquerda no esquema atual do Zé Ricardo. A única forma de encaixar os três meias no mesmo time seria em um 4-5-1, com um meio de campo bastante povoado, extremamente técnico e com muita posse de bola.

Porém, estas características são totalmente opostas ao padrão tático que é treinado hoje. Exigiria muito tempo de treinamento para encaixar esta equipe, o que não temos a esta altura do campeonato. Outro problema seria ter Guerrero isolado no comando de ataque. Por mais que se esforcem, o restante dos jogadores não tem tanta característica de aproximação para fazer tabelas e colocar o peruano para jogar. Diego, Mancuello e Alan Patrick são passadores. Deixam o companheiro na cara do gol. Com os três em campo, quem receberia esses passes?

Em minha opinião, a escalação mais equilibrada seria o bom e velho 4-4-2, com uma espécie de losango no meio de campo.

Com poucas mudanças em relação ao atual, este esquema pode encaixar com relativa facilidade, sem a necessidade de muito tempo para entrosamento. Na proteção a zaga, Cuéllar entraria na vaga do incansável e imortal Márcio Araújo. Mancuello e Arão se revezariam nas subidas ao ataque, mantendo o equilíbrio do time. Diego seria o maestro e organizador de um meio campo de dar inveja a culés e madridistas. Como segundo atacante, Ederson flutuaria ao lado de Guerrero, servindo como opção de passe em infiltrações e contra-ataques.

É claro que além destas apresentadas, há diversas outras formações táticas possíveis, com diferentes desenhos e jogadores. Há alguns que defendem a utilização de dois centroavantes. Outros pedem a entrada de Adryan. Cada um dos 40 milhões de torcedores rubro-negros tem o direito de pensar de forma diferente. Porém, todos com a esperança de que Diego nos levará a conquista de muitos campeonatos.

Fonte: Bruno Petrocelli - In: Coluna do Flamengo Related Posts Plugin for WordPress, Blogger... Itaú Boticário Wolkswagen  Lacoste

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