sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Advogado elogia gestão do Flamengo e não vê espaço para "amadorismo"



Um dos advogados envolvidos na transferência de Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain - a mais cara da história - o brasileiro Marcos Motta acredita que não há mais espaço para amadorismo no futebol brasileiro em termos de administração. Em participação no "Seleção SporTV", o especialista em direito internacional do esporte destacou que o mercado no Brasil é um celeiro de craques por excelência e que, apesar das dívidas milionárias dos clubes, a tendência é existir um maior controle e profissionalismo nos comandos dos grandes times.  
reunião clubes sobre Uefa - Marcos Motta, advogado.


O advogado Marcos Motta defende que amadorismo não tem mais espaço.


- Não se administra mais um clube que tem a receita como o Flamengo, por exemplo, de forma amadora. Flamengo é um exemplo. A custa de resultados dentro de campo, vem colocando suas finanças em dia. Acho que é um caminho a ser seguido. Custe o que custar, doe a quem doer. Não há mais espaço para amadorismo. As receitas, no futebol brasileiro, são também receitas substanciais. Estamos falando do mercado brasileiro. Não estamos falando de uma republiqueta onde o futebol não tem representatividade nenhuma. É o maior exportar de mão de obra no futebol mundial nos últimos seis anos. 

Segundo Motta, o Brasil tende a seguir o modelo europeu no qual uma série de exigências de equilíbrio financeiro são cobradas dos clubes para que eles possam disputar as competições. O advogado destaca que a Uefa já implementa este modelo de "fair play" financeiro há sete anos, enquanto no futebol brasileiro as medidas vem sendo cobradas há aproximadamente um ano apenas.

 Para o especialista, o mercado brasileiro pode se tornar ainda mais forte internamente, a exemplo do mexicano, que perde poucos jogadores para fora de suas fronteiras.  

 Somos exportadores natos. A gente vende Neymar porque fabricamos Neymar. Se a França fabricasse Neymar, venderia Neymar"
Marcos Motta

 - Sem dúvida (o mercado brasileiro é subvalorizado e aproveitado). Somos exportadores natos. A gente vende Neymar porque fabricamos Neymar. Se a França fabricasse Neymar, venderia Neymar. Se a Inglaterra fabricasse Robinho, venderia Robinho. Somos o celeiro, mas podemos criar um ambiente interno de crescimento econômico como é o México e extrapolar para o mercado internacional – disse. 

Motta admitiu que o passivo trabalhista dos clubes brasileiros ainda é um montante "nefasto" - levantamento do GloboEsporte.com aponta que as equipes registram R$ 2 bilhões em dívidas e 3 mil processos. No entanto, o advogado defendeu que nem toda dívida é prejudicial para o clube. 

- A dívida em si tem que ser analisada de forma clara. Se você pega o Real Madrid, eles têm dívidas de cerca de 450 milhões de euros. Mas tem receitas de 505 milhões. Que tipo de dívida é? Controlada, de empréstimo com banco? Se eu tomo uma dívida ou empréstimo com juros bons e vou ao mercado para poder melhorar meus ativos... O Real por exemplo vai ao banco, não faz um cheque. Os clubes não fazem cheques à vista, salvo exceções. São extremamente controlados. A dívida trabalhista é nefasta, mas se tem uma dívida com o banco controlada, garantida, de acordo com suas receitas, não há problema nenhum. 

Fonte: Sportv

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