segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O Motivo da diferença tão grande para Flamengo e Corinthians?

A TV Globo desvendou de maneira definitiva a desproporção que paga para Corinthians e Flamengo. A diferença entre os demais clubes brasileiros é gritante. Somando as transmissões na tevê aberta e no pay-per-view, só os dois recebem 18,3% do total do bolo. O restante é dividido entre 21 equipes.

A desproporção assumida é porque as duas equipes são as mais populares do Brasil. As que dão mais audiência. Há, evidente, o fator político. Andrés Sanchez implodiu o Clube dos 13, quando a concorrência poderia acabar com o monopólio da emissora, em 2011. A atitude aproximou de vez o Corinthians da emissora. Andrés convenceu a diretoria do Flamengo a acompanhá-lo, garantindo verbas maiores. E assim foi fechado o acordo que vigora até agora.

A Globo investe nada menos do que R$ 1,1 bilhão. A diferença que corintianos e flamenguistas recebem vai aumentar nos próximos três anos. O crescimento das cotas não será proporcional. Esses foram os percentuais que o Lance! publicou hoje, cedidos oficialmente pela emissora.

Os demais clubes querem a revisão dessa distribuição de cotas. Romildo Bolzan, presidente do Grêmio, é o organizador de uma comissão que pressiona CBF e Globo. Dirigentes de Palmeiras, Vasco, Fluminense, Internacional, Santos, Cruzeiro e Atlético Mineiro apoiam na pressão para o final da desigualdade.

A maioria defende que o sistema de distribuição inglês seja adotado por aqui. Com 50% divididos de forma igualitária. 25% por performance, colocação no campeonato anterior, e os outros 25% por audiência.

Vale a pena mostrar como foi divisão de cotas nos principais campeonatos do mundo na temporada passada. A começar pela própria Inglaterra. Os 20 times da Premier League receberam 1,753 bilhão de libras. Nada menos do que R$ 10,4 bilhões atuais. A divisão. Absurdamente mais equilibrada.

Manhester United, Manchester City e Chelsea ficaram com 8%. Arsenal, 7%. Liverpool, 6%. Tottenham, Swansea, Southampton e Everton, 5%. Newcastle, Aston Villa, West Ham, Sunderland, Stoke City, Norwich, Fulham, Cristal Palace, West Bromwich, Cardiff City e Hull City, 4%.

Agora a Espanha. Que tanta discussão provoca por aqui. Valencia, Malaga e Getafe não publicaram seus balanços e não foram levados em consideração. Isso não ocorrerá no próximo ano. A legislação espanhola os obrigará. O Levante publicou mais não quis especificar a cota da tevê. Isso também mudará em 2016.

Mas pelos 16 clubes dá para perceber o grande risco que pode atingir o futebol brasileiro. A Espanha pagou 678,4 milhões de euros, cerca de R$ 2,9 bilhões.

Agora desproporção assustadora. Real Madrid e Barcelona ficaram nada menos do que 162,6 milhões de euros, cerca de R$ 710 milhões. São absurdos 48% do que é pago pela tevê. Rayo Vallecano e Valladolid ficaram com 15,6 milhões de euros, cerca de R$ 66 milhões. Menos de dez por cento da cota dos mais privilegiados. Como concorrer?

Aqui a divisão entre os 16 clubes. Real Madrid e Barcelona, 24%. Atlético de Madrid, 7%. Villareal, 6%. Sevilla e Athetico Bilbao, Real Sociedad e Betis, 4%. Espanyol, Celta, Granada, Osasuna, Almería e Elche, 3%. Rayo Vallecano e Valladolid apenas 2%.

Entre os vários pedidos para que os políticos interfiram para valer na redistribuição de cotas houve um especial. Ele foi endereçado aos senadores Romário e Álvaro Dias. Um grupo batizado de Esperança Tricolor, comandado por André Horta, filho do ex-presidente do Fluminense, Francisco Horte. Uma carta pública foi divulgada antes do início da CPI do futebol. Aqui os principais pontos.

"1 - Apoio à promulgação imediata do projeto de Lei 7681/14 em análise na Câmara dos Deputados, que prevê que "50% da receita de TV serão divididos igualmente entre os clubes participantes do campeonato; 25% distribuídos conforme a classificação do clube na última temporada do mesmo campeonato; e 25% de forma proporcional à média do número de jogos transmitidos no ano anterior."

"2 - E/ou que na CPI da CBF se inclua como parte da pauta a discussão da distribuição de ditas receitas, com a consulta à especialistas isentos, tanto do Brasil como do exterior, que norteiem a criação de uma regra que busque o equilíbrio financeiro e consequentemente técnico.

"Entendemos que esse tema é de interesse público e que Vossa Excelência entende os impactos dessas ações. Dessa maneira confiamos que Vossa Excelência, que sempre teve atuação ilibada como parlamentar, defenderá os interesses dos outros clubes e não permitirá que vejamos em poucos anos nosso esporte limitado a duas equipes.

"Sugerimos também a discussão do patrocínio público. Se permitido, que seja feito de maneira isonômica que não aumente ainda mais a disparidade de receitas entre os clubes. Esse desequilíbrio econômico enfraquecerá os demais times e o futebol brasileiro." Romário ficou de levar as questões para debate na CPI.

A Globo segue tranquila e não acredita que será forçada a mudar seus critérios. Seria uma intervenção governamental em empresas particulares. Tanto a emissora quanto os clubes já têm contrato assinado até 2018. A desproporção será aumentada. Vale a pena relembrar como a situação atual é e como ficará de 2016 até 2018.

1. Flamengo e Corinthians - De R$ 110 milhões/ano para R$ 170 milhões/ano

2. São Paulo - De R$ 80 milhões/ano para R$ 110 milhões/ano

3. Vasco e Palmeiras - De R$ 70 milhões/ano para R$ 100 milhões/ano

4. Santos - De R$ 60 milhões/ano para R$ 80 milhões/ano

5. Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Fluminense e Botafogo - De R$ 45 milhões/ano para R$ 60 milhões/ano.

6. Outros integrantes da Série A - De R$ 27 milhões para R$ 35 milhões/ano

Isso sem o pay-per-view.

A Globo estimula a cruel desigualdade.

Mais jogos na tevê do que os demais.

Patrocinadores mais poderosos.

Incentivo a novos torcedores.

Maior arrecadação nos estádios.

É uma bola de neve.

O reflexo pode ser visto.

O Corinthians foi bicampeão mundial.

O Flamengo está pagando suas dívidas absurdas.

E mesmo assim bancou a maior contratação do ano, Guerrero.

Essa diferença só vai aumentar com mais dinheiro em 2016.

Por quê diferença tão grande para Corinthians e Flamengo?

Fonte: Cosme Rimoli

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2 comentários:

  1. porque são os mais procurado no noticiario e a globo vive de audiencia, tem que investir em que da retorno a ela, simples assim.

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  2. quem da mais lucro tem que ganhar mais mesmo vamo mengão !!

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