A grande cobrança sobre o Flamengo faz sentido. Já a tolerância com fracassos de outros clubes não parece lógica.
Atrás de São Paulo e do Internacional no Brasileiro, o time carioca segue à frente dos outros 17. Entre eles três paulistas e um gaúcho, o Grêmio, que o rubro-negro eliminou da Copa do Brasil, chegando à semifinal. Está em situação difícil na Libertadores, mas ainda não foi eliminado pelo Cruzeiro. Existem 57 pontos em jogo na série A e a distância para o líder é de apenas quatro.
São Paulo e Inter foram eliminados da Copa por Atlético-PR e Vitória, times da zona de rebaixamento. E os tricolores acabaram desclassificadas por um clube menor da Argentina pelo segundo ano seguido na Sul-americana. A incompetência na gestão do futebol e a instabilidade dos jogadores tornam justas as críticas ao Flamengo. Mas outros têm tropeços minimizados. O que pesa mais, a liderança só três pontos à frente do segundo faltando um turno ou a presença na semifinal da Copa do Brasil e a possibilidade, mesmo pequena, de avançar na Libertadores? E vivo na Série A!
A eliminação do Grêmio da Copa do Brasil não teve a repercussão que uma derrota do Flamengo no campeonato gera. Algumas vitórias recolocaram Scolari no posto de salvador do Palmeiras. Mas o time, embora tenha caído, antes venceu os três jogos fora de casa (Boca Juniors inclusive) e fez a melhor campanha da Libertadores, ainda com Roger, único técnico a derrotar o Grêmio em Porto Alegre.
A eliminação para o Colón marcou a 19ª derrota são-paulina em mata-mata em seis temporadas? Mal se falou nisso. Houve até o entendimento de que (mais uma) desclassificação foi boa. Como se ficar em uma competição fosse garantia de resultados futuros. Não é. Quando eliminado da Sul-americana 2017, o Corinthians acumulava 73,6% dos pontos e tinha 10 de vantagem sobre o vice-líder, Grêmio. Com agenda mais leve, fez 45%, índice de 11º colocado. Em suma: com apenas uma competição, o time caiu.
Críticas ao Flamengo, sua inconstância e frequentes quedas de rendimento são pertinentes. E eu as engrosso. Mas chama atenção o holofote colocado nos acertos de outros clubes, e seus maus momentos deixados de lado. Até derrota vira algo “bom”.
Fonte: Mauro César Pereira
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