quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Chuteira da Nike na celebração do título do Flamengo irrita a Adidas



Causou estranheza e desconforto em setores do Flamengo a reação de Felipe Vizeu durante a cerimônia de entrega do troféu da Taça Guanabara, domingo, em Cariacica (ES), após a vitória sobre o Boavista (2 a 0).


Enquanto o presidente Eduardo Bandeira de Melo passava a taça às mãos de Réver, o atacante negociado com a Udinese segurava um par de chuteiras vermelhas.

E quando o símbolo da conquista foi erguido pelo capitão rubro-negro, simultaneamente o centroavante fez o mesmo gesto com elas.

Parecia que as chuteiras eram outro troféu de campeão. Detalhe: o par que ele exibiu é da marca Nike, maior concorrente da Adidas, um dos principais parceiros do clube, que paga cerca de R$ 37 milhões por ano (R$ 10 milhões em material) para vestir o Flamengo e nos fardamentos mostrar o seu logo.

Jogadores de futebol são obrigados a vestir uniformes fornecidos pelos clubes que defendem, com os quais têm contrato, mas chuteiras e luvas são de escolha dos atletas, sendo que muitos as têm como fonte de renda extra, são contratos individuais. Normalíssimo. É assim no Brasil e também no exterior.

Garoto-propaganda da Adidas, Messi joga no Barcelona que usa material da Nike, mas só calça chuteiras da marca alemã. A situação é inversa com Cristiano Ronaldo, jogador do Real Madrid, parceiro da Adidas, e contratado da Nike, cujos pisantes utiliza sempre.

Portanto, nada demais Vizeu calçar Nike sendo jogador do Flamengo, que tem contrato com a Adidas. Obviamente ele não é o único. O jovem Vinicius Júnior também tem acordo com a marca americana e sairá de um time que veste Adidas (Flamengo), para outro (Real Madrid).

Mas imagine se vários atletas resolverem fazer como Vizeu, caso o Flamengo ganhe a Copa Libertadores, por exemplo. Chuteiras da Nike, Puma, Topper, Mizuno, Asics, Kappa, Munich, New Balance, etc, todas ostensivamente exibidas ao alto, para quem quiser ver. Alguém acha que para a Adidas não fará diferença?

A ação de Felipe Vizeu, independentemente de ter sido deliberada ou absolutamente inocente, foi clara: chuteira erguida exatamente no momento em que o capitão levanta o troféu. Com sincronia!

Por meio de sua assessoria, o Flamengo minimizou o fato. Informou apenas que entendeu o ato como "uma comemoração espontânea do atleta". No entanto, o blog apurou que o atacante foi questionado pelo departamento de futebol profissional. Felipe Vizeu disse que não foi uma ação intencional e tem conhecimento de que esse tipo de atitude é vetada em contrato.

Já a Adidas preferiu não se manifestar a respeito, mas o blog também apurou que repercutiu mal na sede brasileira da empresa alemã a imagem da chuteira concorrente subindo em destaque como se também fosse um troféu. Isso numa festa que era para ser apenas dela e dos demais parceiros do clube carioca.

O pessoal de marketing da multinacional já tem nova missão: refinar o olhar para as atitudes de jogadores dos clubes com as quais a Adidas mantém contrato no país, para que situações assim não se repitam. O que pode parecer bobagem para alguns, na realidade é bem sério num negócio de milhões como o futebol.

Com ou sem intenção, não é postura adequada, ainda mais quando o fornecedor de material esportivo é parceiro dos mais importantes. Mas é improvável que repita o gesto na Itália. Motivos: a Udinese não costumar ganha títulos e na Europa essas relações são mais maduras. E com pesadas cobranças.

Fonte: Espn

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