Buscando nova volta por cima na carreira, o atacante Jobson, destaque com a camisa do Botafogo na reta final do Brasileirão de 2009, voltou às origens e mais uma vez está no Brasilisense, clube que o revelou ao futebol. Em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br , o jogador, hoje com 31 anos, relembrou de alguns capítulos da sua trajetória nos gramados, deixando claro que os erros que cometeu já estão no passado.
“Hoje estou muito tranquilo. Você vai ficando com uma experiência maior, de tudo o que você passou, vai pegando como exemplo, como lição, e estamos aqui. Tudo para dar a volta por cima”, afirmou Jobson.
Aos poucos, o atacante vai dando os primeiros passos rumo a uma nova reconstrução. No Brasiliense, reencontrou velhos conhecidos e é uma das apostas da equipe, que em 2020 terá nova oportunidade de disputar a Série D do Brasileirão, uma vez que no último domingo (23 de junho), o clube acabou eliminado para o Vitória-ES, após derrota por 2 a 1 em plena Boca do Jacaré, na segunda fase da competição.
Seu plano é poder voltar a ser destaque com a camisa do Brasiliense, ajudando a equipe no acesso à Série C, para depois dar passos mais altos novamente na carreira, voltando a um clube de maior expressão no futebol nacional. Entre eles, Jóbson não esconde o sonho de retornar ao Botafogo, com quem até hoje cultiva boa relação com os torcedores. E ele reafirma: jogaria lá até de graça.
“Eu tive grandes momentos no Botafogo, boas fases, já fui até campeão lá, então eu tenho um carinho muito grande, pela torcida também, que sempre me apoiou. Hoje tenho o meu Instagram, e sempre pedem o meu retorno. Tenho que estar bem, muito bem mesmo para poder estar lá também. Está (de pé a proposta de jogar de graça no Botafogo), mas aí tenho que meter uns golzinhos aqui, ajudar muito o Brasiliense, e sair daqui com o pé direito para alcançar coisas maiores”, prosseguiu.
Além do carinho pelo Botafogo, Jobson também afirmou à reportagem do FOXSports.com.br que, desde a infância, também sempre torceu para outro grande do futebol brasileiro: o Palmeiras.
“Eu sempre quis jogar e tinha o sonho de jogar no Botafogo e no Palmeiras porque desde pequeno eu também sou palmeirense, mas a chance de jogar e mostrar o meu futebol foi no Botafogo”, revelou.
Ainda sobre a passagem pelo Botafogo, Jobson também falou sobre a relação não muito boa que tinha com a torcida do Flamengo. Ele lembra com bom-humor que, na época em que ainda atuava no Rio de Janeiro, era comum receber xingamentos de rubro-negros, e que também ‘lavou a alma’ ao marcar dois gols contra a equipe da Gávea quando jogou pelo Bahia. Hoje, porém, o relacionamento anda melhor.
“Não era muito boa não porque eles me xingavam (risos), e eu louco para fazer gol. Mas a oportunidade que eu tive de fazer gol neles, que foi quando eu estava no Bahia, foi boa, meti dois gols, e para mim foi um desabafo. Foi (especial), marcante, aquele jogo de 3 a 3, e o confronto contra o Ronaldinho ainda”.
“Tenho amigos (flamenguistas), que até brincamos quando tem clássico lá, fazemos apostas, brincamos com aquela história de cheirinho. Mas o Flamengo hoje está uma equipe grande, muito bem montada, temos que ter respeito por todos”, declarou.
FOX Sports: Qual o seu grande sonho de momento para a carreira? O que deseja para a vida?
Jobson: “O meu grande sonho é voltar a jogar bem, voltar a ser aquele Jobson do Botafogo, do Bahia, até do Brasiliense mesmo, porque foi aqui que comecei a jogar bem. Aqui no Brasiliense, querendo ou não, quando surgi nas categorias de base cheguei como grande promessa, e tenho certeza que se cumpriu a grande promessa em relação à ser jogador conhecido nacionalmente, então tenho um carinho muito grande por isso. Esse é o meu objetivo, ser esse Jobson de novo”.
FS: Até onde acha que consegue chegar?
Jobson: “Em time grande. A gente sempre tem que estar com sonhos altos, tem que ter um objetivo maior, e o meu é esse. Tentar ajudar o Brasiliense, primeiramente, subir, e depois ir para voos altos, e jogar fora o país. Meu sonho é voltar a jogar fora do país ainda, na Ásia, em times de fora do país”.
FS: Na Arábia Saudita, você teve o seu passaporte retido. É realmente um país difícil de se jogar? O que mais te chamou atenção por lá?
Jobson: “Difícil entre aspas. É um lugar bom sim porque agora, com a nova lei ficou ainda bem melhor, menos rígido porque é um país muito fechado. Mas é um lugar legal sim, onde você pode ajudar a sua família mais. Quando pensamos em ir para fora do país, é mais por isso também, para ajudar a sua família mais ainda. O que me chamou atenção foi a torcida. Os árabes gostam muito de brasileiro, pelos grandes nomes que deixaram história no Brasil, como Ronaldo, Rivaldo, o próprio Ronaldinho Gaúcho. O pessoal de fora do país respeita muito os brasileiros por causa disso”.
FS: Falam muito de clubes brasileiros lá no Oriente Médio? Quais?
Jobson: “Eles falam muito dos times grandes. Flamengo, Palmeiras, Botafogo, falam muito desses times. Conhecem muito bem (o futebol brasileiro)”.
FS: Qual é a sua grande inspiração no futebol?
Jobson: “Eu me inspiro num grande jogador, que é o Cristiano Ronaldo. Hoje, pelo tanto profissional que ele é, o Robozão, um grande cara que admiro hoje”.
FS: Tem algum jogador(es) em específico que gostaria muito de formar uma dupla de ataque, ou então um camisa 10 para te dar assistências?
Jobson: “Tem muitos craques aí. Hoje, um camisa 10 que tem, vamos supor que é um dos grandes, é o Diego, do Flamengo. O próprio Everton Ribeiro. São caras que são muito bons e admiro muito. Com certeza (quero um dia poder jogar com eles)”.
FS: O que aquele gol contra o São Paulo, quando atuava no Botafogo, representou para você? É o momento mais especial da sua carreira?
Jobson: “Ali foi. Contra o São Paulo sempre vai ficar marcado e contra o Palmeiras também, que foi aonde o Botafogo não caiu para a segunda divisão”.
FS: Até hoje você assiste aos gols que fez na carreira?
Jobson: “Assisto muito. Eu vejo os meus lances todos os dias praticamente. Fico olhando porque é sempre uma motivação para mim, de falar que eu posso chegar, olhar como eu era há cinco anos atrás, como estava jogando muito bem. Eu posso chegar, só depende de mim mesmo, só depende do Jobson”.
FS: Que tipo de lição você tira e que mensagem passaria para os mais novos?
Jobson: “A lição que eu tiro é que as coisas que eu fiz, eu tomo como exemplo, pego as coisas ruins, e tomo como exemplo. Falo para a garotada não cometer os mesmos erros e que pegue só as coisas boas que fiz dentro de campo. Nunca desista dos seus sonhos, a gente nunca pode dizer que não consegue, a gente consegue sim”.
Fonte: FoxSports