quarta-feira, 18 de novembro de 2020

FRITANDO O FLAMENGO! "Afilhado" de Del Nero e são-paulino de coração: conheça o presidente da CBF Rogério Caboclo


"Afilhado" de Del Nero e são-paulino de coração: conheça Rogério Caboclo, o presidente da CBF


Visto como um sopro de juventude e promessa de renovação, Caboclo chega ao poder, afinal, graças a articulações de Marco Polo del Nero, ex-presidente, banido pela Fifa de toda e qualquer atividade ligada ao futebol, acusado de corrupção.

Sobre Caboclo, apelidado de "Sr. Compliance", entretanto, não recaem suspeitas - a despeito de alguns de seus detratores afirmarem que a carreira dele na entidade foi construída com base na subserviência ao núcleo de poder que migrou de Ricardo Teixeira para José Maria Marin e Del Nero.

"Ele carregou muita mala para os dois, até conseguir conquistar o seu espaço", diz uma pessoa próxima a Caboclo que preferiu não se identificar. Algo que demonstra que, ao menos quanto à legitimidade e intensidade de seu poder político, não há duvidas.

PODER

Caboclo é filho de Carlos Caboclo, 81, diretor de futebol do São Paulo nos anos 1970 e 80. Colaborador do Tricolor desde 1967, ele teve outros cargos de chefia, em áreas como categorias de base, comunicação e marketing. Atualmente, ele ainda atua na função de vice-presidente internacional do clube.

Na história do São Paulo, porém, Caboclo é comumente lembrado como o homem que trouxe Telê Santana para comandar o São Paulo.

"Carlos era muito amigo do Telê. Naquela época, por exemplo, ele esteve conosco na Espanha para os torneios Teresa Herrera e Ramón de Carranza", relembra-se o ex-goleiro Zetti, bicampeão da Libertadores e mundial pelo clube (1992-93).

"Telê conversava muito com ele, a ponto de eu nem saber se ele viajava pelo cargo ou apenas como pessoa próxima ao técnico", diz o ex-jogador.

Já Rogério, antes de chegar à CBF, ocupou o cargo de diretor financeiro na gestão de Paulo Amaral, entre 2000 e 2002, com 26 anos. Amaral foi o presidente que se tornou famoso por entrar em atrito com Rogério Ceni ao contestar uma proposta do Arsenal, da Inglaterra, por sua contatação.

"Os Caboclo estão sempre perto do poder. É disso que eles realmente gostam, de frequentar os círculos de decisão", diz uma pessoa ligada à diretoria do São Paulo, também receosa de despertar descontentamento com sua opinião.

"Tanto o Rogério quanto o irmão Maurício tornaram-se conselheiros vitalícios do clube sem nunca aparecer por lá. Só aparecem nas votações e olhe lá. Mas eles sempre souberam de quem deveriam ser próximos", diz a mesma fonte.

DISCRIÇÃO

Funcionário do São Paulo por mais de 20 anos (1994 a 2016), Milton Cruz lembra-se bem tanto de Carlos quanto de Rogério Caboclo.

"Rogério é um cara discreto, na dele, muito atencioso", diz Cruz, que conversou recentemente com o dirigente sobre a possibilidade de assumir o comando da seleção brasileira sub-20.

"Ele me sondou e fiquei muito feliz por ser lembrado", diz Milton, que elogiou a escolha da entidade por André Jardine, também ex-técnico do São Paulo.

"Caboclo é uma pessoa muito séria. Sua chegada, a meu ver, reflete um momento bom para a CBF, no que diz respeito a esse movimento de renovação, tão necessário", afirma Cruz.

Essa também é a opinião de uma pessoa com trânsito na cúpula de entidade. O sentimento é de esperança.

A permissão para o Brasil entrar em campo, em uma partida de Copa América, com a nova camisa branca, por exemplo, foi avaliada como um excelente indício de que o novo presidente quer de fato trazer renovação à CBF - em especial ao marketing.

Nesse sentido, a repaginação do escudo da entidade também é um indicativo positivo.

PÁGINA VIRADA

Mesmo tendo crescido na CBF incubado no grupo de Del Nero, existe a sensação de que Rogério Caboclo não vai ter como não se desprender do padrinho.

"Não vai ter jeito. Os dirigentes que estão chegando sabem que todos os olhos estão atentos aos passos dele. As coisas vão ter que mudar. Caboclo sabe que terá que se desgrudar do Marco Polo", acredita uma pessoa ligada à cúpula da Federação Paulista consultada pela reportagem.

"Vai ficar ligado a um bandido?", indaga.

E é justamente por acreditar que Rogério Caboclo não chega à presidência da CBF para dar continuidade às condenáveis práticas das gestões anteriores que as pessoas o veem diante de um impasse.

O que já é um grande avanço em relação à quase certeza de incorreção que sempre pesou contra aqueles que chegavam ao topo da confederação nos últimos tempos..

Fonte: Espn Brasil

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