segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Flamengo e Cruzeiro fidelizam Sócio-Torcedores e faturam mais



Logo que Cruzeiro e Flamengo confirmaram suas classificações para a final da Copa do Brasil, numa noite de quarta-feira em agosto, Marcone Barbosa, diretor de marketing cruzeirense, passou a mão no telefone e ligou para Bruno Spindel, diretor de marketing flamenguista.



Daquela conversa, surgiu uma espécie de parceria informal entre os dois clubes para promover a decisão – atitude oposta à que o próprio Barbosa viveu em 2014, quando Cruzeiro e Atlético-MG fizeram uma final de Copa do Brasil às turras. A irmandade, agora se sabe com dados concretos, rendeu mais do que o conflito. Para ambos os finalistas e, sobretudo, para o torcedor.
Muito mais gente foi ao estádio. O dobro de gente, mais precisamente. Foram 58 mil pagantes nas duas partidas de 2014, uma no Independência e outra no Mineirão, e contra 119 mil pagantes nos dois jogos de 2017, um no Maracanã e outro no Mineirão. Três anos atrás o Atlético-MG insistiu para jogar no Independência, apesar de ter plena capacidade de lotar o Mineirão, porque seu presidente, Alexandre Kalil, acreditava que sua equipe tinha melhor performance esportiva no bairro do Horto. O Independência é muito menor do que o Mineirão e o Maracanã, estádio com o qual agora é comparado, e isso faz toda diferença quando olhamos para o público.

Com mais espaços nas arquibancadas de Maracanã e Mineirão, Flamengo e Cruzeiro cobraram preços mais baixos. As médias foram de R$ 226 em 2014 e R$ 126 em 2017, portanto o jogo mais recente teve ingressos 44% mais baratos. O bom relacionamento entre dirigentes flamenguistas e cruzeirenses também facilitou a vida dos torcedores visitantes em ambos os jogos, tanto com guichês melhor preparados para vender entradas aos rivais, quanto no preço – os R$ 300 para a inteira cobrados em 2017 foram 33% mais baratos do que os R$ 450 exigidos em média de visitantes em 2014. Três anos atrás, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) teve de intervir para que o Cruzeiro não cobrasse R$ 1.000 dos atleticanos.

A promoção conjunta entre as diretorias celeste e rubro-negra permitiu que ambos os clubes saíssem de campo com mais dinheiro. Os dois jogos de 2017 renderam R$ 8,2 milhões em receita líquida a Flamengo e Cruzeiro, após descontadas despesas e taxas, 47% mais do que os R$ 5,6 milhões que Atlético-MG e Cruzeiro embolsaram em 2014. As trocas de mensagens entre perfis oficiais em redes sociais, os episódios em que mascotes dos dois clubes interagiram juntos com torcedores, embora pareçam ações menores, contribuíram para que no fim das contas ambos arrecadassem mais. Mesmo com ingressos mais baratos para torcedores mandantes e visitantes. Adversários dentro de campo, parceiros fora dele, cruzeirenses e flamenguistas mostraram como se faz uma final.

Fonte: Epoca EC

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