sábado, 13 de fevereiro de 2016

2001 - Jogos Históricos (Vasco 1 X 3 Flamengo) / 27º Título Carioca (Tri 99/00/01)




O ano era 2001 e o Clássico dos Milhões definiria o campeão carioca pelo terceiro ano seguido.



O Flamengo havia conquistado o título em 1999 e em 2000 contra o mesmo freguês Vasco, o que deixava a rivalidade ainda mais aflorada no Maracanã.

Após perder o jogo de ida por 2 x 1, o Flamengo precisava vencer por dois gols de diferença para ficar com título mais uma vez. Na grande decisão, o clima de tensão era grande dos dois lados. O Vasco era dirigido pelo “Papai Joel”, o treinador mais vitorioso da história do Campeonato Carioca. Já o Flamengo tinha em seu banco a sabedoria e a superstição de Zagallo, também com inúmeros títulos no currículo, principalmente na Seleção Brasileira.

A decisão de 2001 foi digna de uma final entre Flamengo e Vasco, diante de mais de 60 mil pessoas no Maracanã, o Fla fez o impossível. Não tomou conhecimento do rival e de sua vantagem, e aplicou um 3×1 inesquecível, com dois gols de Edílson, artilheiro do campeonato, e um de falta do maestro Petkovic, imortalizado na história do Clube.

Durante o primeiro tempo, o jogo foi bem agitado. Nervoso e precisando do resultado, o Flamengo pressionava, enquanto o time de São Januário se mandava nos contra-ataques. Logo no início do jogo, Viola poderia ter aberto o placar para o Vasco da Gama, mas Júlio César salvou o Fla. Mas, aos 23, quem, de fato, abriu o placar, foi o Flamengo. O lateral-esquerdo Cássio foi derrubado na área. Pênalti. O artilheiro do time do Campeonato, Edílson bateu e marcou. 1×0 para o Rubro-Negro, que precisava de mais um gol para conquistar o título.

No entanto, quem marcou em seguida foi o Vasco. Primeiro com Euller, em gol que foi anulado pelo bandeirinha, devido ao impedimento. Depois, após tanto pressionar, e perder novas chances com Viola e Euller, Juninho Paulista empatou o jogo, após receber passe do atacante Viola, dentro da área. O próprio Juninho poderia ter decidido o jogo. Mas, Júlio César salvou o Fla. De novo. Fim do primeiro tempo, vantagem do Vasco, com o Flamengo precisando de dois gols para ser campeão. Honrando a camisa que vestiam, os jogadores nunca deixaram de acreditar.

Na volta do intervalo, o Flamengo mostrou ao que veio. Empurrado pela torcida, mesmo com o título longe, o Rubro-Negro se superou, e chegou ao segundo gol. Aos 8 minutos, começava a brilhar a estrela de Petkovic. Em bela jogada pela ponta-esquerda, o camisa 10 do Fla deu belo cruzamento para o artilheiro Edílson, o baixinho da vez, já que Romário, do Vasco não jogou, completar de cabeça: 2×1 para a equipe vermelha e preta.

A partir daí, só emoção. Juninho Paulista cobrou falta com perigo e acertou o travessão de Júlio César. Euller chegou a driblar o goleiro em outro lance perigoso a favor dos cruzmaltinos. Mas, ficou sem ângulo, e perdeu a chance. O Vasco era só pressão, mas parava nas mãos do iluminado goleiro rubro-negro. Até que, aos 43 minutos do segundo tempo, com a torcida vascaína já comemorando o título, veio o momento que não sai da cabeça de quem assistiu àquela decisão.

Falta para o Flamengo, na entrada da área, em cima de Edílson. Adivinha quem vai bater? É o camisa 10 da Gávea. Música famosa de Jorge Ben, em homenagem a Zico. Não foi bem este camisa 10 da Gávea quem bateu. Foi outro. O sérvio Petkovic. Mas a classe e categoria da cobrança foram as mesmas do Galinho de Quintino, maior ídolo da história do Clube. As imagens não saem da cabeça dos rubro-negros. O lateral-direito Alessandro rezando no banco de reservas. Zagallo segurando uma imagem de São Judas Tadeu. O então técnico vascaíno Joel Santana desesperado no banco.
Era um momento decisivo. Caso o Flamengo fizesse o gol, seria tricampeão. Em uma linda coreografia, a torcida rubro-negra passou energia positiva para o time. O árbitro Léo Feldmam apitou, Petkovic partiu para a bola, e como se tivesse colocado com a mão, a bola foi parar no fundo das redes, no ângulo esquerdo do goleiro vascaíno Helton. Sem chances, indefensável, indescritível, emocionante. Uma explosão de alegria em vermelho e preto se deu no Maracanã e em todo Brasil.

A partir daí, foi só comemorar. Abrindo o novo século no futebol carioca com um título todo especial. Um tricampeonato na virada do século XX para o século XXI. Um tricampeonato com três conquistas em cima do arquirrival Vasco. Um tricampeonato com tudo que o torcedor do Flamengo merecia, e da maneira que ele mais gosta: com raça e emoção.

FICHA TÉCNICA:

VASCO 1 X 3 FLAMENGO

VASCO: Helton, Clebson, Geder (Odvan), Torres e Jorginho Paulista; Fabiano Eller, Paulo Miranda, Pedrinho (Jorginho) e Juninho Paulista; Euller e Viola (Dedé). Técnico: Joel Santana.

FLAMENGO: Júlio César, Alessandro(Maurinho), Fernando, Juan, Cássio, Leandro Ávila, Rocha, Beto(Jorginho), Petkovic, Reinaldo(Roma) e Edílson. Técnico: Zagallo.

Gols: Edílson (FLA) 23’/1ºT, Juninho Paulista (VAS) 40’/1ºT, Edílson (FLA)8’/2ºT e Petkovic (FLA) 43/2ºT
Cartões: Vasco: Helton, Jorginho Paulista, Juninho Paulista, Cleberson e Fabiano Eller; Flamengo: Juan e Beto

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data: 27/05/2001
Árbitro: Léo Feldman (RJ)
Público: 60.038 pagantes

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