quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Flamengo estuda acabar com departamento médico do clube



A diretoria do Flamengo estuda internamente acabar com o departamento médico da sua sede social, na Gávea, que funciona há vários anos atendendo atletas, sócios e funcionários com especialidades de cardiologia, ortopedia, clínica geral e cirurgia geral. Além destas especialidades, ainda atende com fisioterapia e enfermagem.


Os médicos, a enfermagem e fisioterapeutas fazem plantões de vinte horas semanais, cobrindo todo o horário de funcionamento do clube.

Algumas especialidades e funções, tem cargas horárias específicas, mas sem deixar o clube desamparado de profissionais. Sendo todos eles, contratados pela lei da CLT vigente no Brasil.

A articulação partiu da Gerente de RH, Roberta Tannure e tem o aval do CEO do clube, Fred Luz, um dos grandes entusiastas para acabar com o departamento médico da sede. Gerentes e diretores tem o interesse no corte do departamento médico da sede, pois são bonificados financeiramente por isso.

O Flamengo lançou em 2015, o projeto CUIDAR (Centro Unificado de Identificação e Desenvolvimento de Atleta de Rendimento). O CUIDAR que visa aprimorar a interdisciplinaridade no esporte, unindo o treinamento de atletas com trabalhos de diversas áreas do esporte atuando em conjunto, que complementem a formação de cada um. Os profissionais do departamento médico da sede seriam substituídos pelos profissionais do CUIDAR, que tem somente um profissional de fisiatria que já não atende a todas as modalidades esportivas. Sócios e funcionários também não são atendidos. Este fisiatra do CUIDAR cumpre a carga horária de dez horas semanais, mas não fica no clube constantemente. Atletas e sócio-atletas começaram a reclamar que não poderiam fazer a fisioterapia no CUIDAR sem um médico de plantão.

Com a demissão de todos os profissionais do departamento médico do clube, demais profissionais seriam contratados via RPA (Recibo de Pagamento Autônomo) com prazos de dois meses cada para não haver vínculo empregatício. Haveria uma grande rotatividade de profissionais. No planejamento consta ainda o aluguel de uma ambulância, o que aumentaria os custos. Funcionários do atual departamento médico mesmo com estabilidade que fazem parte do sindicato e da CIPA, também seriam demitidos, aumentando os gastos de rescisão desses contratos, pois tudo que estaria a vencer, seria pago. Além dos custos, o sindicato pode judicializar a questão, pedindo o retorno destes profissionais ao clube para cumprirem suas funções.

Caso confirme as mudanças, sócios prometem se mobilizar em forma de protesto a medida. Uma sócia do clube, que não quis se identificar, falou que se diz decepcionada:

“Estou decepcionada, pois sempre fui atendida pelo departamento médico e pagava somente por fisioterapia e massagem. Estarão nos tirando mais um direito e uma segurança para a minha família que frequenta o clube há vários anos. Falei com o vice-presidente Mauricio Gomes de Mattos, mas ele não me deu nenhum retorno ainda. O mesmo fiz com o vice-presidente do Fla-Gávea, Humberto Motta. Igualmente sem retorno. Eles tem que entender que o departamento médico social já salvou várias vidas aqui no clube“, disse.

Esta sócia relatou dois casos de emergência ocorrida há algumas semanas. Dois sócios tiveram suas vidas salvas pelos profissionais do departamento.

O modelo que Fred Luz e o RH visam implantar é o mesmo de clubes sociais vizinhos como o Caiçaras e o Piraquê. Porém, ambos são clubes somente com atividades sociais e não atende a atletas de esporte de alto rendimento como na Gávea.

Fonte: Coluna do Flamengo

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