O Flamengo espera disputar até sete jogos do Campeonato Brasileiro no Maracanã. Para isso, se movimenta nos bastidores que envolvem o consórcio encabeçado pela Odebrecht, que ainda não entregou o estádio como pretende, o Comitê Olímpico e o governo do Estado do Rio de Janeiro. Um quebra-cabeça político em ano de eleições.
As Olimpíadas começaram em 5 de agosto e vão até o dia 21. Já as Paralimpíadas serão realizadas entre 7 e 18 de setembro. Nos Jogos em andamento, o primeiro cotejo de futebol ocorrerá 12 dias após a abertura, realizada sem gramado. Em tese 12 dias após o encerramento do segundo evento seria viável a volta do futebol doméstico.
O encerramento das Paralimpíadas será em 18 de setembro e depois substituirão o gramado. Por isso, com mais 12 dias o clube crê que em partidas no final de semana de 1º e 2 de outubro. Mas paralela à instalação do piso, o Comitê precisará fazer o estádio voltar ao que era antes dos Jogos, pois outras alterações aconteceram.
Por isso, nos bastidores rubro-negros acredita-se que com uma mobilIzação a peleja diante do Cruzeiro, em 25 de setembro, possa acontecer no Maracanã. Contudo o cenário é mais complexo. O Flamengo dependeria do Comitê e do que restou do consórcio para transformar o local a tempo de lá enfrentar a equipe Celeste.
Mas no momento isso é improvável. A tendência é o clube voltar ao estádio diante do Santa Cruz ou no clássico com o Fluminense. Aí com mando do clube tricolor, que não demonstra tanta pressa no retorno, pois conta com o estádio do América para realizar partidas sem ter que deixar a região metropolitana do Rio de Janeiro.
Flamengo no Maracanã?
25/9 - Cruzeiro
5/10 - Santa Cruz
12/10 - Fluminense
23/10 - Corinthians
6/11 - Botafogo
20/11 - Coritiba
27/11 - Santos
A pior das hipóteses seria a reabertura para o futebol doméstico somente em novembro, como a concessionária comunicou a donos de cadeiras cativas. Aí seriam só três jogos. Por isso o clube tem conversado com pessoas ligadas ao governo do Estado e Odebrecht, ansiosa por devolver o Maracanã ao poder público ou outro interessado.
O edital que deu ao grupo o poder sobre o estádio impede que clubes o administrem, ou seja, para Flamengo e/ou Fluminense terem tal direito, seria necessária nova licitação, inviável num prazo tão curto. Como o consórcio já não conta com equipes que faziam a "arena" funcionar, uma possibilidade seria o próprio clube assumir a operação, pagando uma taxa a título de aluguel.
Mais do que uma simples negociação, trata-se de um jogo político complexo num ano eleitoral, não por acaso o prefeito do Rio já dispara seus factoides. Com o Flamengo correndo contra o tempo para recuperar o real mando de campo na esperança de que, conseguindo, isso possa fazer diferença no segundo turno do Campeonato Brasileiro.
Fonte: Mauro César Pereira
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