Para ter a “cabeça fria” deixei para escrever hoje. Ontem após o jogo debati com diversos amigos que pregavam o mantra “A culpa é do Luxemburgo”. Não que eu seja um defensor dos métodos e forma de trabalho do treinador, até porque não as conheço. Só sei o que vem pela imprensa, sendo assim, seria leviano da minha parte julgar qualquer coisa por esse viés. Avalio que o problema do Flamengo é muito maior do que pensamos. Os primeiros jogos do ano nos deram uma sensação que tínhamos um time pronto e um puta elenco, por isso, ao invés de apenas culpar o treinador, prefiro acreditar que o buraco é muito mais embaixo.
A primeira pergunta que fiz a esses amigos: Quem seria o treinador? Joel, Ney Franco, Renato Gaúcho, quem? Alguns não responderam, outros vieram com a resposta de Abel Braga. Beleza, até gosto do trabalho do Abelão, mas, acho do mesmo nível do nosso “treinero’. Valendo ressaltar que semanas atrás foi disputado a tapa com o mesmo São Paulo que nos venceu com o time misto. Ou seja, Abel, Luxa, Joel, não vai mudar nada! A única mudança que essa equipe pode ter para passar a dar resultado é a contratação de jogadores.
Entendo o trabalho dos ‘blues’, entendo o planejamento, entendo da questão da responsabilidade com o orçamento, mas, também entendo de futebol (um pouco). Com esses jogadores nem mesmo o Guardiola daria jeito. Tudo bem, a maioria dos leitores aqui são Flamengo. E isso quer dizer que sempre consideram que a camisa vá jogar sozinha. Infelizmente, no futebol atual isso é cada vez mais complicado.
Ontem fomos a campo com: PV, Pará, Bressan, Wallace, Pico, Jonas, Canteros, Almir, Everton, Cirino e Gabriel. E ainda entraram: Eduardo da Silva, Mugni e Arthur Maia. Não vou fazer a analise jogador a jogador. Isso demandaria uma semana, mas, faço a pergunta: qual desses seria titular absoluto em qualquer time do Brasil? Na minha concepção nenhum. O Paulo Victor tem até chance na maioria dos clubes, afinal está em uma ótima fase. Depois dele, seria o Cirino, um dos que poderia ter chance em alguns times. Claro, desde que aprenda a não se jogar logo após a driblar o zagueiro, cena patética que me lembrou o Vinicius Pacheco e me fez ter dúvidas sobre a qualidade do “Cirinão da Massa”. Jogador do porte dele não pode ter medo de decidir, não pode se jogar dentro da grande área após ficar com o gol aberto, não pode!
A realidade é que com esse time, vamos ficar entre sétimo e décimo segundo, sem perigos para cair, contudo sem chances de Libertadores. Claro que isso vindo de um time que brigou para não cair em 2014 já é um avanço. Mas, é pequeno demais para o Flamengo. E esse é o problema da política de austeridade. Não que ela deva ser deixada de lado, mas não podemos nos apequenar. O rubro-negro nunca vai se contentar com isso. Por isso dou razão ao Luxa quando ele cobra jogadores, e de jogadores que decidam. Ontem foi uma prova disso. Os criticados Luis Fabiano e Alexandre Pato, com a contribuição dos não menos achincalhados Wesley e Ganso, em 30 minutos deram a vitória ao time paulista. São jogadores diferenciados. Jogadores que decidem. Por isso, acho que por mais que o Luxa tenha grande culpa no cartório, o maior problema ainda é achar quem decida nesse time.
Ontem tínhamos um ataque veloz, mas, que não sabe bater em gol (tá… o Cirino ainda tá dois passos na frente), um meio que não cria, laterais que não sobe e uma zaga que passa alguma segura, eu disse alguma. Não que todos sejam ruins, não é uma critica a todo elenco, pois, todos são medianos. Falta o craque. Por incrível que pareça o único jogador que põe a bola no chão e pensa o jogo (mesmo com todo peso) é o Pico. Sempre para a bola, pensa, tenta o drible ou o melhor passe. O restante vai numa correria desenfreada e de uma pouca inteligência irritante. Um bumba meu boi, um medo de segurar a bola e resolver, que deixa qualquer um de cabelo em pé. A culpa é do treinador? Pode ser, mas, também pode ser da falta de capacidade dos comandados. Sendo assim, com Luxa ou sem Luxa precisamos mesmo é de quem decida dentro de campo. Fora dele estamos muito bem. Temos que resolver o problema dentro das 4 linhas, para que isso não venha afetar o trabalho fora delas.
Fonte: Falando de Flamengo
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