sexta-feira, 30 de março de 2018

GE: “Reformulação no Fla fortalece Lomba, mas dirigente terá desafio: controlar vestiário”



Vergonhoso, absurdo, inaceitável, inadmissível. Palavras fortes, duras e que se tornaram chave para a reviravolta feita dentro do futebol do Flamengo nas últimas 24 horas.



Foi assim que o vice de futebol do clube, Ricardo Lomba, classificou publicamente a eliminação do time no Carioca e colocou em xeque todo o trabalho do departamento que assumiu em outubro do ano passado.
A partir daí, a Gávea entrou em ebulição. A cobrança pública de Lomba foi bem aceita entre os vices do clube. Apesar de não ter agradado Bandeira de Mello pela exposição causada, o presidente se viu em uma sinuca de bico. Não havia mais clima para Lomba e Rodrigo Caetano. Apesar de sempre defender o diretor, ir contra seus pares, logo neste momento, seria uma má ideia politicamente.



Na página de “comissão técnica” no site do Flamengo, metade dos 12 primeiros não estão mais no clube 

Lomba estava incomodado. Antes mesmo de sua entrevista no Maracanã, era possível ver seu desconforto pelos corredores do estádio. No vestiário, também foi duro com jogadores e com o próprio diretor. Rodrigo sempre foi totalmente contra expor externamente os problemas. Não falavam mais a mesma língua.

Só Bandeira e Fred Luz bancavam Caetano

O ambiente para Rodrigo Caetano não era fácil desde o ano passado. Alto investimento, apostas consideradas erradas e o discurso não agradavam boa parte dos nomes de peso da Gávea.

Em um ano de eleição, não chegar nem na final custaria mais caro ainda. Por mais que o discurso de revolta de Lomba tenha sido de cabeça quente e, de fato, o dirigente estava incomodado, é impossível negar o viés político disso tudo.

Lomba é um dos nomes fortes para ser candidato na eleição. No entanto, não esteve com Bandeira e Fred Luz nas reuniões que definiram as demissões do departamento. Também não foi ao Ninho do Urubu e preferiu não se pronunciar.

Bandeira e Luz conversam com grupo; Lomba tem desafio

No Ninho do Urubu, Bandeira e Fred Luz conversaram com o grupo e participaram da despedida do treinador. Filho de Carpegiani, o auxiliar Rodrigo era um dos mais emocionados, assim como outros do elenco. Aos atletas, o presidente do clube disse que contrataria um novo diretor antes de buscar o técnico substituto.

A ausência de Lomba no CT não foi por acaso. Se politicamente suas declarações caíram bem, será necessário administrar a situação no vestiário. Jogadores se sentiram expostos e, como esperado, não gostaram do questionamento que o time ”correria menos” que o rival.

Além da direção

Os reflexos foram além do diretor. Carpegiani se despediu do comando após três meses. Ele foi bancado por Rodrigo Caetano no comando após a saída de Reinaldo Rueda. Inicialmente, vinha para a função de coordenador técnico.

Gerente de futebol, Mozer também deu adeus. Assim como o auxiliar Jayme de Almeida e o preparador Marcelo Martorelli.

Reprodução: Globo Esporte

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