Já falamos várias vezes aqui na coluna PAPO TÁTICO que um time vencedor se forma a partir de uma série de elementos.
Por mais que alguns clubes endinheirados abram os cofres para contratar esse ou aquele medalhão, o caminho para as vitórias será sempre decidido dentro de campo com boas estratégias de jogo, atletas comprometidos com a proposta do treinador e um bom trabalho nos bastidores para suprir as carências do elenco. Tudo o que o time do Flamengo não possui hoje.
A derrota para um Botafogo muito mais aplicado e dedicado nas semifinais do Campeonato Carioca escancarou o fato de que o rubro-negro da Gávea anda vivendo de marketing há um bom tempo. Muita pompa e pouco futebol. Muita ponderação e pouco repertório. Muito olfato e quase nada do doce sabor das conquistas. O resultado não poderia ter sido outro senão mais um vexame. Rodrigo Caetano e Paulo César Carpegiani deixaram o clube nesta quinta-feira. Mas os problemas do Flamengo vão muito além do que a demissão deste ou daquele profissional. O buraco é muito mais embaixo.
O Flamengo precisa aprender que vitórias se constroem com algo que vai muito além do marketing e das ações nas redes sociais. Tudo passa pela proposta de jogo e da sua execução dentro de campo, pelo bom planejamento e pela boa gestão do grupo. A atuação da equipe no primeiro tempo da derrota para o Botafogo mostrou que o Fla simplesmente não tem repertório e vive de cruzamentos para a área há bastante tempo. A matemática é simples. As coisas não funcionam como o esperado, o time se desespera e a “solução” encontrada é o famoso chuveirinho. Falando especificamente da partida desta quarta-feira, o técnico Paulo César Carpegiani realizou uma série de alterações que simplesmente não deram certo. O time seguiu espaçado, sem movimentação e embolado pelo lado esquerdo. Willian Arão estava completamente perdido (e com Cuellar no banco de reservas), assim como Lucas Paquetá e Éverton, sendo que este último sofreu com as descidas de Luiz Fernando e Marcinho pelo seu setor. Difícil defender Paulo César Carpegiani depois dessa partida.
O Flamengo precisa aprender que vitórias se constroem com algo que vai muito além do marketing e das ações nas redes sociais. Tudo passa pela proposta de jogo e da sua execução dentro de campo, pelo bom planejamento e pela boa gestão do grupo. A atuação da equipe no primeiro tempo da derrota para o Botafogo mostrou que o Fla simplesmente não tem repertório e vive de cruzamentos para a área há bastante tempo. A matemática é simples. As coisas não funcionam como o esperado, o time se desespera e a “solução” encontrada é o famoso chuveirinho. Falando especificamente da partida desta quarta-feira, o técnico Paulo César Carpegiani realizou uma série de alterações que simplesmente não deram certo. O time seguiu espaçado, sem movimentação e embolado pelo lado esquerdo. Willian Arão estava completamente perdido (e com Cuellar no banco de reservas), assim como Lucas Paquetá e Éverton, sendo que este último sofreu com as descidas de Luiz Fernando e Marcinho pelo seu setor. Difícil defender Paulo César Carpegiani depois dessa partida.
O técnico Paulo César Carpegiani abriu mão do 4-1-4-1 e mudou completamente a equipe que entrou em campo nesta quarta-feira. Willian Arão entrou no meio e o time se rearrumou num 4-2-3-1 .
O Flamengo não começou a jogar mal nessa última quarta-feira. Por mais que se fale da qualidade de Diego, Everton Ribeiro, Vinicius Júnior e de todo o elenco rubro-negro, não é possível dizer que há um time formado. E isso passa diretamente pelo trabalho da diretoria. Carpegiani errou na escalação do time que entrou em campo. Mas a grande questão do time do Flamengo nem está no âmbito tático. A equipe até tem uma certa organização dentro de campo, mas tem muito tempo que o repertório da equipe não passa de bolas levantadas na área e passes longos para o atacante mais avançado (antes o peruano Paolo Guerrero e agora Henrique Dourado) tentar a sorte contra os zagueiros adversários. E isso sem falar em Vinicius Junior, que ainda peca pela falta de experiência em decisões erradas no terço final do campo. E nenhum dos treinadores que passou pelo Fla na gestão Bandeira de Mello conseguiu resolver esses problemas. O elenco precisa de uma reformulação urgente. É o mínimo depois de tantas vezes ficando no “quase” e no “cheirinho”.
Éverton não foi bem atuando na lateral e o time do Flamengo perdeu força ofensiva e organização no meio-campo. O frame acima mostra como o lado esquerdo estava escancarado no momento do gol de Luiz Fernando.
E ainda há Diego. Difícil entender como ele esteve (ou ainda está) no radar de Tite. O camisa dez do Flamengo deveria ser o principal articulador de jogadas da equipe, mas a falta de criatividade do “homão da porra” é clara e evidente. Este que vos escreve já perdeu a conta de quantos contra-ataques foram desperdiçados com Diego errando lances mais objetivos. O panorama é quase sempre o mesmo: o camisa dez recebe a bola no meio-campo, estufa o peito, gira no melhor estilo enceradeira, dá mais um toque e passa a bola para o lado quando a marcação adversária aperta. Poder de decisão mesmo apenas nas cobranças de falta cavadas às vezes pelo próprio Diego e nos chuveirinhos. De quarenta e cinco (!!!) bolas levantadas na área no jogo contra o Botafogo, o camisa dez levantou treze. Apenas três certos. Muito pouco para quem veio para assumir o papel referência técnica da equipe e menos ainda para quem sonha com a Copa do Mundo. Incrível como Diego caiu de rendimento depois da lesão no ano de 2017. Mas é preciso deixar claro que ele nunca foi a solução criativa que o Flamengo precisava.
Diego recebe a bola no meio e mata mais uma jogada de ataque do Flamengo. Falta criatividade e objetividade ao camisa dez rubro-negro. Difícil entender como Tite chegou a pensar no meia como solução para a Seleção Brasileira.
O badalado Flamengo dos últimos anos vive de lampejos individuais. Um chute de Henrique Dourado, uma arrancada de Éverton, uma falta bem cobrada por Diego, uma cabeçada de Réver e cruzamentos e mais cruzamentos para a área adversária. Nada além disso. Sem o devido trabalho coletivo, os jogadores não têm como transformar qualidade e talento em bom futebol. E os mais jovens acabam sofrendo as consequências desse problema que vem de muito tempo. Como exigir que Vinicius Júnior e Lucas Paquetá resolvam dentro de campo se o Flamengo não tem o mínimo de padrão tático e se as referências não atuam como tal? Difícil é encarar a realidade e aceitar que a tal “SeleFla” vendida pela diretoria rubro-negra (e comprada por boa parte da torcida) nos últimos meses pode não ser nada além de um time sem ideias formado por medalhões que muito prometem e pouco produzem de útil. O Flamengo é hoje um time sem alma. E isso faz muita diferença no quesito tático. Esse foi o trunfo do Botafogo na semifinal do Campeonato Carioca.
A pancada da realidade veio na derrota para um Botafogo que apenas marcou forte, jogou de maneira aplicada e mereceu a classificação para a final do Campeonato Carioca. E a sensação que ficou é que não é preciso fazer muito mais do que isso para vencer o time do Flamengo. Rodrigo Caetano e Paulo César Carpegiani já deixaram o clube e mais mudanças podem acontecer nos próximos dias. Mas o problema está num elenco que se acostumou com as derrotas e os resultados ruins. O recado para Eduardo Bandeira de Mello e seus Blue Caps está claro: marketing nunca ganhou campeonato. Trabalho sério, planejamento e boas estratégias (dentro e fora de campo) sim.
Fonte: Torcedores.com
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