Você pode não lembrar, mas, há 16 anos, Vampeta fazia o caminho inverso e pegava a França de surpresa ao trocar o então emergente Paris Saint-Germain pelo Flamengo. Inimaginável nos dias de hoje, a transferência chocou o Brasil e até hoje não é bem compreendida.
Pois, mais de uma década depois, o próprio Vampeta tratou de explicá-la.
Em participação exclusiva no Esporte em Discussão, da Rádio Jovem Pan, o ex-volante viajou no tempo e relembrou a surpreendente transação realizada entre PSG e Flamengo, em 2001 – ele havia sido vendido pela Inter de Milão ao clube francês seis meses antes e saiu após disputar apenas oito jogos em Paris.
“Eu ganhava 120 mil dólares por mês no Paris Saint-Germain. Tinha até um outdoor grandão de dois metros com uma foto minha batendo bola com o Anelka na frente da loja do clube, na Champs-Élysées… Todo dia eu treinava de manhã, dormia de tarde e ia para a Champs-Élysées de noite para ficar me olhando. Eu pensava assim: ‘eu, de Nazaré, com foto aqui em Paris… Quem diria!’.”
Foi aí que uma oferta vantajosa do ponto de vista financeiro fez aguçar em Vampeta a saudade do Brasil.
“Eu estava lá há seis meses, me adaptando, quando chegou uma proposta do Flamengo para ganhar R$ 30 mil a mais. Na época, o dólar era um por um com o real. Pô, maior torcida do Brasil, morar em Copacabana, ganhar R$ 30 mil a mais e falar o meu idioma? Fui para o Flamengo”.
O que Vampeta não esperava, contudo, é que a passagem pelo clube-rubro negro também duraria pouco tempo – coincidentemente, seis meses.
“Deu o primeiro mês no Flamengo, não cantou nada. Segundo mês, não cantou nada. Terceiro mês, nada. Daí que surgiu aquela frase: ‘vocês fingem que pagam, e eu finjo que jogo!’. Eu rapidinho voltei para o Corinthians. Mas, se me pagassem, eu estaria no melhor lugar do mundo. O Rio de Janeiro, para mim, é muito melhor do que Paris”.
A curta, e decepcionante, passagem pelo PSG fechou de vez as portas de Vampeta para o futebol europeu – o volante, que já havia jogado no PSV (1994) e na Inter de Milão (2000), não voltou mais para o Velho Continente e rodou por clubes brasileiros e um do Kuwait antes de encerrar a carreira, em 2011.
Mesmo assim, ele não se arrepende da incomum escolha de trocar o PSG pelo Flamengo.
“Qual foi a vantagem que eu tive, que eu não fiquei triste pela minha carreira: eu vim para o Flamengo, voltei para o Corinthians e, um ano depois, fui campeão da Copa do Mundo. Se eu não tivesse ganhado esse título de campeão mundial com a Seleção, talvez ficasse uma frustração de ter largado a Europa para voltar ao Brasil. A cereja do bolo foi o título da Copa do Mundo.”
Fonte: Jovem Pan
Nenhum comentário:
Postar um comentário