segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Fenômeno! Compare o Poderio Financeiro do Flamengo, que ainda é uma potência financeira inexplorada



O ranking financeiro do Brasileirão explica muito da disputa.


Análise que classifica os 20 participantes da Série A, do primeiro ao vigésimo, de acordo com o potencial econômico estimado de cada clube.

Campeonato que movimenta bilhões de reais, o Brasileiro apresenta uma disputa desigual.

De um lado, times multimilionários. Do outro, equipes com orçamentos enxutos. Discrepância que pode ser decisiva nas últimas 12 rodadas da competição.

Gigantes em receitas, Corinthians e Flamengo são os maiores arrecadadores. Em 2017, só da Rede Globo, receberam R$ 170 milhões cada para a transmissão de seus jogos – há ainda verba de patrocinadores, bilheteria, sócios-torcedores, renda com pay-per-view entre outros fatores.

Recentemente, outro clube desponta: o Palmeiras. Os paulistas receberam, apenas do patrocinador master, a Crefisa, cerca de R$ 72 milhões em 2017. Ao lado de Corinthians e Flamengo, o trio compõe o pódio do ranking financeiro do Nacional.

“Se os clubes criassem uma liga, como acontece na Inglaterra, a divisão da TV, principal suporte financeiro, seria mais igualitária. Coritiba e Flamengo, por exemplo, receberiam o mesmo valor”, defende Amir Sommogi, especialista em marketing e gestão esportiva.

A diferença de valores, claro, alcança o gramado do Brasileirão. Na capacidade de contratação de técnicos e jogadores, especialmente. Trunfo importante numa competição que dura 38 rodadas.

PODERIO FINANCEIRO
Compare mais abaixo a soma estimada de determinados recursos dos clubes.



Confira detalhes sobre o financeiro dos times abaixo:

Palmeiras
O Palmeiras desponta como líder do ranking financeiro do Nacional por um motivo especial. Além da polpuda cota da televisão que recebe, o Porco conta com um patrocinador que é, ao mesmo tempo, investidor e torcedor. Propriedade de Leila Pereira, conselheira do Alviverde, a Crefisa, empresa de crédito, decidiu injetar R$ 72 milhões nos cofres do clube. Patrocínio que extrapola qualquer patamar do mercado da bola no Brasil. O Alviverde possui ainda um sistema eficiente de sócios-torcedores e um esquema lucrativo com a W. Torre, empreiteira que financiou e gerencia o Allianz Parque, a nova e moderna casa do Porco. Trunfos importantes que surtiram efeito na campanha do ano passado, quando o Alviverde conquistou com autoridade o caneco do Brasileiro, título que não ganhava desde 1994, quando ainda detinha a parceria

Flamengo
Dono da maior torcida do país, e embora seja a equipe que mais recebe verba da televisão, ao lado do Corinthians (R$ 170 milhões), o Flamengo ainda é uma potência financeira inexplorada. Tem condições de abrir vantagem ainda maior para os concorrentes, mas, nos últimos tempos, esteve mais preocupado em sanar suas dívidas, gigantescas, decorrentes de décadas de administração ruim – é o campeão de débitos com a Previdência Social, na ordem de R$ 83,8 milhões. De acordo com o último balanço, de 2016, houve uma redução nos débitos de 13% na comparação com o ano anterior, passando de R$ 447 milhões para R$ 390 milhões. Sem títulos de expressão desde 2014, e campeão brasileiro pela última vez em 2009, o Mengo busca agora aliar a administração eficiente fora de campo com resultados esportivos. Ou seja, uma nova taça do nacional está nos planos.

Corinthians
O Corinthians guarda semelhanças com o Flamengo. Tem também uma das maiores torcidas do país e potencial financeiro ainda inexplorado. Igualmente conta com a maior verba de televisão, R$ 170 milhões, o que lhe dá vantagem considerável sobre os demais. Entretanto, diferentemente do Mengo, o Timão ainda busca um rumo para administrar suas finanças. Considerado “modelo” a partir de 2010, foi campeão mundial em 2012 e bi do Brasileiro (2011 e 2015), o tempo mostrou que o Alvinegro está longe de ser referência. O clube atravessou uma crise financeira séria em 2016 que o obrigou a desmanchar o elenco vitorioso do Nacional. E a previsão para 2017 também é sinistra: o Corinthians corre para estancar, ao menos, uma dívida de R$ 13 milhões para a temporada. Não bastasse, o clube ainda vê a construção de seu estádio, o Itaquerão, para a Copa do Mundo, envolvida com suspeitas de desvio de dinheiro. Diante deste cenário, o Brasileiro é uma incógnita.

São Paulo
O São Paulo só perde de Flamengo e Corinthians em recebimento de cotas de TV. O time do Morumbi conta com R$ 100 milhões da Globo para o Brasileiro, o mesmo que o Vasco. Apesar disso, o Tricolor ainda luta para sanar dívidas. Em 2016, baixou de R$ 91 milhões para R$ 48 milhões a dívida bancária. Até o fechamento deste guia, o Tricolor ainda não havia acertado um patrocinador máster para a camisa.

Grêmio
Os sócios-torcedores são o grande apoio financeiro do Grêmio. Com mais de 100 mil associados, o clube arrecadou quase R$ 50 milhões vindos de sua torcida, em 2015, de acordo com o último balanço disponível. Por outro lado, o Tricolor enfrenta problemas com a Arena. O estádio, construído pela empreiteira OAS, tem acumulado dívidas desde a inauguração, e o Grêmio tenta uma negociação para comprar os 50% da construtora na gestão da praça esportiva.

Cruzeiro
O Cruzeiro tem o time mais valioso do Brasileiro de acordo com o site Transfermarket. E está entre os clubes que mais recebem da Caixa Econômica, atrás apenas do Flamengo. Em contrapartida, possui jogadores com salários altos, como Thiago Neves, De Arrascaeta e Rafael Sóbis. São contas apertadas para uma equipe que ainda paga o “preço” de ter sido recentemente bicampeã nacional, objetivo que a Raposa alimenta para a atual temporada.

Atlético-MG
O Atlético-MG não está entre os clubes que mais faturam com patrocínio, nem mesmo com as cotas de TV. Mesmo assim, forma elencos fortes, de alto valor – é o terceiro mais caro da elite. A consequência, entretanto, são as dívidas. O clube é o segundo maior devedor do futebol brasileiro para a Previdência Social, aproximadamente R$ 55 milhões, entre outros débitos importantes. Tipo de gestão que o Galo não parece próximo de mudar.

Santos
O Santos é reconhecido por vendas grandiosas de atletas para o exterior. Recentemente, negociou Gabriel para a Internazionale por R$ 91 milhões e, anos antes, Neymar para o Barcelona. Mesmo assim, o Peixe sofre com dificuldades financeiras constantes. Menos mal, pode contar com receitas importantes da TV e com seu plano de sócio. O objetivo deste ano é equilibrar as finanças.

Vasco
Apesar dos resultados ruins recentes, o Vasco segue prestigiado entre os que mais arrecadam com televisão e patrocínio. De volta à Série A, espera também reforçar as receitas oriundas das arquibancadas – em 2016 foram apenas R$ 3,7 milhões em renda bruta. Para tanto, promoveu melhorias em São Januário e estuda, inclusive, um aumento na capacidade do estádio. Uma saída para tentar minimizar o histórico de dívidas.

Fluminense
Havia uma dúvida se o Fluminense conseguiria seguir adiante sem o suporte da Unimed, parceira que bancou o clube durante 15 anos, com direito a contratações milionárias. Período em que o Tricolor acumulou dívidas importantes, especialmente fiscais. Em pouco tempo, entretanto, o Flu voltou a caminhar com as próprias pernas. Até o fechamento deste guia, o Tricolor ainda não havia acertado com um patrocinador máster.

Atlético-PR
O Atlético, ao lado do rival Coritiba, figura ente as equipes de baixo escalão na divisão das cotas de televisão. Dispôs de R$ 35 milhões para o Nacional 2017, montante que o Rubro-Negro tenta encorpar com uma série de outras rendas, como as de sócio-torcedor, da Arena da Baixada e transmissão de partidas por canais alternativos. É o caminho encontrado por alguns clubes diante da disputa desigual do cenário nacional. “Se persistir isso, corre-se o risco do Brasileiro perder a graça. O elenco, os recursos são maiores e aí a chance do clube com menor rendimento vencer reduz muito”, comenta Luiz Sallim Emed, presidente do Furacão. Não por acaso, rubro-negros e coxas-brancas estão envolvidos na briga para alterar o panorama atual. Ambos venderam para o Esporte Interativo os direitos de transmissão do Brasileiro para canal fechado de 2019 a 2024. E ao lado de Palmeiras, Bahia e Santos lutam para alterar o sistema de distribuição do dinheiro do pay-per-view, feito pela Globo. Enquanto isso, o Atlético tenta fazer mais, com menos. No ano passado, foi bem sucedido, com a classificação para a Libertadores da América. Para atual temporada, o desejo na Baixada é seguir no cenário internacional.

Botafogo
O Botafogo está entre os clubes intermediários com relação aos valores de verba da TV e patrocínio máster. Por outro lado, é das equipes mais endividadas do país – apenas com a Previdência Social são mais de R$ 45 milhões em débitos. Uma das soluções encontradas pelo clube está na exploração comercial do Estádio Nilton Santos. De volta ao reduto, o clube espera faturar alto com receitas de bilheteria. É das equipes com objetivos modestos na disputa.

Coritiba
O Coritiba, junto com o Atlético, integra o penúltimo estágio dos clubes que menos recebem verba da televisão. O Coxa ficou com R$ 35 milhões para a temporada 2017 – a Chapecoense contou com R$ 32 milhões e Ponte Preta, Atlético-GO e Avaí com 23 milhões. “A divisão é completamente injusta. Cria um panorama em que poucos conseguem competir pelo título”, comenta Rogério Bacellar, presidente do Coritiba, sobre um dos principais suportes financeiros dos clubes na atualidade. Também ao lado do rival rubro-negro, o Alviverde busca modificar o panorama atual. O clube vendeu para o Esporte Interativo seus direitos de transmissão por canal fechado de 2019 a 2024 – só de luvas, faturou cerca de R$ 40 milhões. Briga também para mexer na distribuição do pay-per-view, demanda encampada pelo G5, grupo que reúne ainda Palmeiras, Santos, Bahia e Atlético. O Coxa busca também incrementar suas receitas. Além da aposta no plano de sócios, o clube encarregou o diretor de marketing e comunicação Juliano Belletti de encontrar parceiros internacionais. Ao mesmo tempo, o Coritiba ainda sonha com a construção de um novo estádio para gerar mais recursos. Ameaçado pelo rebaixamento nas últimas disputas, o Alviverde busca cumprir um Brasileiro sem sustos na atual temporada.

Sport
O Sport tem se notabilizado nos últimos anos como um clube com gestão ousada do elenco de jogadores. É comum o Leão apostar em atletas rodados, conhecidos por “medalhões”. O caso mais bem sucedido é o meia-atacante Diego Souza, que ganha cerca de R$ 300 mil, alto padrão para uma equipe do porte do Rubro-Negro. Entre os torcedores, os pernambucanos ainda tentam emplacar um plano de sócio torcedor (o clube não divulgou os valores alcançados com os associados).

Bahia
O Bahia ocupa patamar semelhante ao de Atlético e Coritiba. Porém, fatura consideravelmente menos com o programa de sócios-torcedores. Para 2017, o Tricolor conta com uma receita extra, aproximadamente R$ 40 milhões, montante recebido de luvas na assinatura com o canal fechado Esporte Interativo, pelos direitos de transmissão de 2019 a 2024 do Nacional. A diretoria apostou na manutenção da base da equipe para 2017 e o Tricolor deve brigar no meio da tabela.

Vitória
Embora não conte com verbas polpudas, o Vitória formou um elenco recheado de medalhões. Contratou, entre outros, o argentino Jesús Dátolo e Cleiton Xavier, dois jogadores com salários altos. Aposta arriscada para uma equipe que ainda detém dívidas significativas – apenas com a Previdência Social o valor alcança R$ 16 milhões, já incluídos no programa de parcelamento Profut. O desequilíbrio financeiro é um fator que coloca o Rubro-Negro em risco.

Ponte Preta
A Ponte Preta vai aos poucos se consolidando como a quinta força do futebol paulista, roubando o lugar que um dia foi da Portuguesa. A Macaca tem um elenco modesto, dentro das possibilidades de um dos clubes que menos faturam com TV e patrocínios. A equipe busca ainda um sistema melhor para fidelizar o torcedor. A Ponte Preta não divulgou qual o impacto do plano de sócios nas contas.

Chapecoense
A Chapecoense vive uma temporada de reconstrução. Em negociação fechada ainda no ano passado, o clube conseguiu subir o patamar de cota de TV, de R$ 23 milhões para R$ 32 milhões. Outra solução encontrada pela equipe foi a criação do programa de sócios-torcedores a distância, uma aposta para incrementar as receitas que, em 2015, novidade que forneceu mais de R$ 7 milhões. Dentro da realidade atual, é time para brigar no meio da tabela.

Avaí
O Avaí está entre os menos afortunados com verba da televisão e o patrocínio que detém, da Caixa Econômica. Porém, o clube se destaca pelo programa de sócios-torcedores. Em 2015, por exemplo, a equipe arrecadou mais de R$ 4 milhões – valor superior, inclusive, ao recebido pelo patrocinador máster na atual temporada. Com o orçamento apertado, é um dos candidatos a brigar contra o fantasma do rebaixamento.

Atlético-GO
Clube com a menor receita do campeonato, o Atlético-GO tem um desafio financeiro pela frente: como competir com adversários milionários. Pesa contra o Dragão ainda o baixo apelo popular, com programa de sócio incipiente e faturamento baixo de bilheteria. A equipe projeta um ganho com aumento de público com a mudança para o Estádio Olímpico, uma alternativa ao Serra Dourada, normalmente vazio.

Londrina
O Londrina segue sob a gestão da SM Sports, do empresário Sérgio Malucelli. É uma alternativa enquanto o clube tenta, ainda timidamente, sanar as dívidas e tentar andar com as próprias pernas. Uma das alternativas para crescer, o apoio da torcida, ainda é um problema para o Tubarão. As médias de público são baixas e o clube ainda não conseguiu emplacar o programa de associação, renda importante para os clubes, que não é divulgada.

Paraná
Após um período de transição, com a chegada da nova diretoria no final de 2015, o Paraná aparenta estar em melhores condições para brigar pelo acesso, na décima vez seguida que participará da Segundona. O clube profissionalizou o seu departamento de futebol, mas ainda conta com recursos limitados para gerir a bola. Até o fechamento desta edição, o Tricolor ainda procurava um patrocinador máster para a camisa e não divulgou quanto recebe com os sócios.

O ranking financeiro do Brasileirão explica muito da disputa. Análise que classifica os 20 participantes da Série A, do primeiro ao vigésimo, de acordo com o potencial econômico estimado de cada clube. Campeonato que movimenta bilhões de reais, o Brasileiro apresenta uma disputa desigual. De um lado, times multimilionários. Do outro, equipes com orçamentos enxutos. Discrepância que pode ser decisiva nas últimas 12 rodadas da competição.

Fonte: Gazeta do Povo

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