sábado, 12 de agosto de 2017

Gilmar Popoca revela problemas internos no Fla: “Tem que ser amigo do amigo”



Dias depois do técnico Zé Ricardo ser demitido do Flamengo, Gilmar Popoca, técnico da equipe Sub-20, foi pego de surpresa após o anúncio de seu desligamento da equipe rubro-negra.



Em entrevista ao Esporte Interativo, Gilmar Popoca revelou que não foi avaliado da maneira correta pelo Flamengo.

“Eu não fui avaliado pela parte técnica. Lá no Flamengo você não é avaliado pela parte técnica. É avaliado pelo pessoal. Tem que ser amigo do amigo. Isso não é justo. O que eu posso dizer é que o Flamengo é muito maior que isso“, disse ao Esporte Interativo.

Quando questionado se tinha algo o alguém que tivesse feito o Flamengo tomar a decisão de seu desligamento, Gilmar Popoca não hesitou e citou o ex-coordenador Leonardo Inácio.

“É o coordenador. É o Leonardo Inácio. A gente tinha algumas divergências. Eu respeitava a hierarquia, mas ele tinha que me respeitar como treinador. Como eu podia confiar em uma pessoa dessa? Ele foi ao quarto dos jogadores quando jogávamos a Copa RS, no Rio Grande do Sul. Inclusive, os jogadores envolvidos vieram até a mim e pediram desculpas e relataram o que havia acontecido“, disse Popoca.

Confira outros trechos da entrevista

Você tentou falar com outros dirigentes ou com o próprio presidente do Flamengo?

Eu liguei para ele (presidente Eduardo Bandeira de Mello). Ele falou comigo que ficou surpreso, mas que foi uma determinação do departamento de futebol. Ele preferiu não falar muito. Tentei falar com outras pessoas relacionadas ao futebol, mas não fui atendido. Queria saber o motivo. Eu fora da metodologia do clube? Sou cria do clube.

Os jogadores também eram prejudicados?

Os próprios jogadores chegavam até a mim para reclamar e falavam: “o que os caras estão fazendo do outro lado do campo com o adversário?” Eu falava para eles darem a resposta dentro de campo. Então, os próprios atletas estavam revoltados com a situação. Os próprios jogadores observavam a covardia que eu recebia e questionavam. Ninguém tomou providência e ninguém disse nada. Mas para frente vou relatar. Os próprios jogadores falavam que era uma vergonha. Eu falava para esquecerem e dar resposta em campo.

Você se despediu deles?

Não me despedi deles. Eu recebi muitas mensagens deles, até mesmo de outros clubes. Acho que isso aconteceu pelo respeito que conquistei. O que eu sabia era que eu estava aprovado pelas pessoas, pela torcida e pela imprensa. Sempre falavam do potencial que a gente tinha na parte técnica. Se fizer uma pesquisa com os jogadores, certeza que o meu índice de aprovação com eles vai ser alta. Eu criei um clima bom com eles. Uma disputa sadia nos treinamentos. Não adianta você ser o maior conhecedor de futebol do mundo, se você não tiver um bom relacionamento com os atletas. Eu quero que esses meninos tenham muito sucesso. Quero que eles olhem para mim no futuro e falem: esse cara tem caráter. Esse cara é correto.

Tem algum relato específico para contar?

Como o treinador consegue passar uma informação para o seu grupo e depois você fica sabendo que uma outra pessoa passou outra informação diferente da de antes. Eu, como treinador, não gosto muito da defesa jogando de forma posicional. Ou seja, eu gosto muito mais dessa movimentação. Eu gosto que o atacante seja pressionado pelos meus zagueiros. Um pressiona e outro fecha a diagonal. Eu penso, que se você der espaço, pode dar dificuldade. Essa pessoa foi ao quarto de dois atletas falar diferente. Eu não reconhecia eles no campo. Isso gerou uma dúvida neles. Isso foi um fato de vários acontecimentos.

Tem algum outro caso para contar?

Os jogadores,… olha que absurdo… essa é outra. Eu tinha um jogo decidido contra o Botafogo, e o Botafogo já tinha jogado contra o time de Zé Ricardo algumas vezes. Eu fui pedir vídeos para conhecer as características do adversário, pois eu estava na Sub-17… E isso foi negado para mim. Eu não recebi. Foi negado. Quem me negou foi o coordenador. Mas eu acho que isso teve o respaldo do diretor. Eu trabalho para o Flamengo. Até que fui tomar atitude, fui ao departamento de análise, fiz a reclamação e recebi o vídeo faltando um dia para o jogo. Enfim. São várias. Você vê quem tem covardia para que desse tudo errado. Mas ganhamos de 2 a 1.

Fonte: Coluna do Flamengo

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