A Caixa Econômica Federal mudou seu investimento no futebol em 2017. Numa ponta, o banco estatal propôs um valor menor ao Corinthians, a quem mais destinou dinheiro desde que começou a investir na modalidade. Outros clubes que já eram patrocinados nas últimas temporadas, sem reajuste, também tiveram seus patrocínios desidratados pela inflação. Na outra ponta, a empresa assinou acordos com novos clubes e aumentou o valor investido no todo.
A proposta que está na mesa de dirigentes corintianos é de R$ 18 milhões pelo período que vai de maio a dezembro, portanto oito meses. O valor é proporcionalmente inferior aos R$ 30 milhões que o clube recebeu na temporada anterior, num contrato que começou em maio de 2016 e se estende até abril de 2017. A Caixa também impôs que o contrato termine em dezembro, de modo a padronizar com os demais clubes do país, e prometeu um adicional de R$ 1,5 milhão caso o Corinthians vença o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.
O Vasco é outra pendência. A oferta que tem em mãos é de R$ 11 milhões, com R$ 1 milhão possível em caso de título do Brasileiro, uma vez que já foi eliminado da Copa do Brasil, pelos oito meses entre maio e dezembro. No ano passado, como estava na Série B, a diretoria vascaína fechou por R$ 9 milhões – R$ 7,5 milhões fixos e R$ 2 milhões condicionados ao acesso à primeira divisão, como aconteceu de fato. O time cruzmaltino tem oscilado dentro do orçamento do banco por causa do rebaixamento, uma exceção.
Pode parecer que o patrocínio corintiano será o único reduzido pela Caixa em 2017, mas todo mundo tem perdido um pouquinho de dinheiro toda temporada. A explicação tem a ver com a inflação. Tomemos o Flamengo como exemplo. O clube carioca recebeu R$ 25 milhões da estatal em 2016. Como a inflação foi de 6,3% no ano, o patrocínio da Caixa precisaria ser reajustado para R$ 26,5 milhões em 2017 apenas para corrigir a desvalorização da moeda. Não aconteceu. Na realidade, não aconteceu nenhuma vez, com clube nenhum, desde que o banco começou a gastar com futebol em 2013.
Enquanto desidrata patrocínios existentes, a Caixa inclui novos na lista. A partir de 2017 serão patrocinados Atlético-MG, Cruzeiro, Santos e Botafogo, apenas para citar alguns dos mais populares, clubes que não contaram com a verba pública por todo o 2016. Hoje são mais de 22 patrocínios a clubes, fora verbas para três competições. Se ainda fechar com Corinthians por R$ 18 milhões e Vasco por R$ 11 milhões, como propôs, a Caixa chegará a R$ 169 milhões gastos. É mais do que os R$ 144 milhões de 2016.
A Caixa conseguiu colocar em prática seu novo posicionamento, em partes, graças à promessa de premiações em caso de títulos. Todos os clubes têm um valor fixo, garantido, e outro variável. O Santos só vai receber R$ 16 milhões se for campeão da Copa do Brasil, do Campeonato Brasileiro, da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa. Se não for nada disso, embolsa R$ 11 milhões. Isso vale para todos. ÉPOCA não conseguiu confirmar esse mecanismo nos casos de Atlético-GO, ABC, CRB e Londrina (confira todos os valores abaixo).
Fonte: Epoca EC
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