Na última semana, o dirigente Márcio Padilha participou do podcast Resenha 37 e comentou sobre o trabalho no clube e esclareceu dúvidas dos torcedores em relação às novidades. Abaixo, separamos alguns trechos do bate-papo e você pode ouvir a entrevista completa no Resenha 37.
Por mais que seja muito simples se cadastrar como sócio-torcedor do Botafogo, muita gente reclama da dificuldade no atendimento, principalmente pelo telefone. Você concorda que esse sistema é falho? Como ele funciona?
Isso depende muito da demanda. Eu credito o problema ao sucesso do programa. Nós somos patrocinados pela Cercred, que é uma empresa especializada em call center, e temos 22 pontos de atendimento. Eu posso apostar com vocês que o Flamengo, que é o maior clube do Brasil, não tem esse sistema, até porque eles já entraram em contato com a Cercred para perguntar como nós fizemos isso. Então o atendimento telefônico se torna complicado a partir do momento que a demanda aumenta. E atualmente nossa demanda é absurda: o site congestiona, o telefone congestiona… Nós criamos um WhatsApp do “Sou Botafogo” para atender os sócios e recebemos cerca de 500 mensagens por dia. E nosso plano vende check-in, estacionamento, transporte para o estádio… Isso gera muitas dúvidas diferentes. Apesar de alguns problemas pontuais, eu acho que nosso teleatendimento é muito bom sim.
Ultimamente o clube tem chamado atenção por fazer provocações e “jogar para a torcida” nas redes sociais. Como funciona a gestão dos perfis do Botafogo? Qual a sua opinião a respeito desse posicionamento?
Desde que eu assumi a comunicação do Botafogo eu incentivei uma maior interação entre os clubes nas redes sociais. Quando a provocação é sadia, ela alegra o torcedor, cria polêmica, mas nunca incitando a violência ou outros problemas. Infelizmente não foi isso que vimos no último domingo (12/02), quando o clube adversário (o Flamengo) foi infeliz no tweet e o próprio presidente deles admitiu isso. Já fizemos provocações ao Vasco, ao Fluminense e ao próprio Flamengo e a polêmica sempre pendeu para o bom-humor, alimentando a rivalidade, mas sempre respeitando o adversário.
Você acha que no último clássico os dois clubes pesaram a mão nas redes sociais?
Ali nós estávamos de cabeça quente, logo após um jogo tenso. Eu, por exemplo, nem assisti à partida, fiquei do lado de fora o tempo todo para tentar ajudar a torcida a entrar com segurança. Enquanto o jogo rolava, a gente ficou discutindo com os comandantes do GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) e do Jecrim (Juizado Especial Criminal) como seria o esquema na saída. E por conta disso nós conseguimos que o Batalhão de Choque da PM fosse ao Nilton Santos. Nós ficamos pensando: qual torcida vai sair primeiro e qual vai sair depois? Como vai ser no estacionamento, que tem torcedores dos dois times? Nós recebemos o Flamengo com todo conforto em nosso estádio, a torcida deles não foi mal tratada em nenhum momento do lado de dentro. Acabou que nem vi o jogo. E aí depois dessa tensão toda, nós vimos aquela postagem deles falando de “correu, fugiu” [Nota do Virando o Jogo: a publicação do Flamengo dizia “Não adianta fugir, não adianta correr. Deu Mengão no Engenhão”], nos sentimos provocados e a resposta acabou sendo no mesmo tom.
Você não acha que essa picuinha criada entre Flamengo e Botafogo, que remonta aos tempos de Eurico Miranda e Márcio Braga (presidentes de Vasco e Flamengo no início dos anos 2000), não acaba levando a esse tipo de confusão?
Não vejo por aí não. Infelizmente, e não é só com o Botafogo, há sempre uma dificuldade muito grande de relacionamento com o Flamengo. Eles têm uma postura muito soberba, tentam sempre ser os maiores beneficiados em todas as negociações, vide agora o caso da renovação com a Globo em relação aos direitos de transmissão do Campeonato Carioca. Eles não assinaram, prejudicaram os times de menor investimento e fecharam um acordo em separado. Eles não reconhecem os outros clubes, acham que estão acima do bem e do mal. Dizer que isso tudo é uma “picuinha” vai muito da interpretação, porque para toda ação existe uma reação.
A gestão do Eduardo Bandeira de Mello vem sendo muito elogiada em termos de administração, assim como a do Botafogo. Nem com essas diretorias o relacionamento entre os clubes melhorou?
Eu sempre digo que essa gestão do Flamengo está no caminho certo. Inclusive eu trabalho com campanha política, o dia que a Patrícia (Amorim) ou o Edmundo (dos Santos Silva) quiserem voltar à presidência do Flamengo, eu faço a campanha deles de graça. O problema é a empáfia, a soberba. Eu me dou super bem com o diretor de marketing deles, a gente tem um relacionamento muito bom. No último clássico mesmo eles queriam fazer uma ação, eu pedi para segurar a onda porque o clima entre as diretorias não é bom e eles entenderam. O Flamengo está em um modelo de administração interessante, mas eles têm que entender que o Flamengo sozinho, sem os outros clubes, não é nada.
Você acha que esse afastamento entre as quatro diretorias dos times do Rio de Janeiro pode acabar algum dia? Acredita em uma união dos clubes, talvez até para criar um campeonato sem a FERJ?
O relacionamento entre os clubes tem que ser sadio, mas com o Flamengo não é. Nós nunca conseguimos chegar a um final de conversa em bons termos. Quando se fala da FERJ, por exemplo, o Botafogo não está alinhado, nem está contrário. É preciso ter um bom relacionamento, assim como temos com o Vasco e com o Fluminense, que melhorou após uma picuinha com o ex-presidente Peter Siemsen. Antigamente os outros faziam o Botafogo de gato e sapato e ficava por isso mesmo, agora não. Agora tem um presidente que não deixa o clube ser menosprezado nem desrespeitado. Quem não quiser aceitar o Botafogo como um dos maiores clubes do país não vai ser bem tratado, vai sempre receber o troco.
Fonte: Virando o Jogo
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