Marcelo Oliveira tem Robinho, Fred, Pratto, Clayton. Poder de fogo sobrando na frente para compensar os problemas, especialmente no sistema defensivo do Atlético Mineiro.
O Flamengo tem posse de bola, setores mais coordenados, linhas compactas, trabalha coletivamente…mas falta o ataque efetivo para aproveitar as poucas oportunidades e descomplicar nas oscilações naturais de um campeonato muito disputado. No qual um gigante como o São Paulo recebe o time rubro-negro no desespero para fugir em definitivo da zona de rebaixamento.
O time de Zé Ricardo sequer consegue construir goleadas para fortalecer a imagem de candidato ao título. No Brasileiro, foram apenas quatro vitórias com vantagem de dois gols e nenhum placar elástico. Zero. São dez finalizações para ir às redes, enquanto Atlético precisa de sete e o Palmeiras oito.
O artilheiro é Paolo Guerrero, com cinco gols. Seis atrás de Gabriel Jesus e Robinho. São dez gols a menos que o Palmeiras, que tem ainda o jogo contra o Santa Cruz a cumprir na rodada. É o que mais erra conclusões na competição.
Até quando acerta na direção da meta não é preciso. Como na cabeçada de Leandro Damião que podia ter garantido os três pontos no Morumbi. Com força, para o chão. Mas no meio do gol, onde estava Denis. Sim, Muralha salvou chance mais cristalina de Chávez. Mas não é o São Paulo que disputa a ponta da tabela.
É importante distinguir estilo, proposta de jogo, ideia de futebol e a objetividade dos números. Para estes, vale muito pouco ser um dos times com mais posse de bola, acerto de passes e desarmes, viradas de jogo e ser líder nos dribles se todo esse trabalho não termina em gols.
Porque esse jogo, apesar de toda evolução, todos os estudos e todas as análises, essencialmente é de colocar a bola a rede. Em disputa tão parelha, a falta de gols do Flamengo pode significar sair da rota do título.
Fonte: André Rocha
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