A janela de transferências da Europa se fechou no último dia 31, e o Flamengo não perdeu duas joias que estavam na mira de clubes do Velho Continente: o lateral-esquerdo Jorge e o atacante Felipe Vizeu. Mesmo ciente de que tinha a necessidade de fazer caixa num ano em que fez altos investimentos e contratou 15 jogadores, o Rubro-Negro, segundo o diretor executivo Rodrigo Caetano, priorizou a parte esportiva em detrimento da financeira.
– O Flamengo fez a questão de priorizar a questão esportiva nesse momento. Buscamos formar um elenco mais numeroso, com várias peças de bom nível e equilibrado em todas as posições. Mesmo tendo que vender jogadores, o que é fato, o Flamengo optou por retardar essas vendas. Jogadores formados no clube vão ter que dar retorno técnico antes do financeiro. Nunca nada passou de consulta porque o Flamengo não deu vazão para que virassem propostas concretas. Quando fala-se em retorno técnico, a referência é à construção de um ciclo vencedor, com títulos. O ideal seria nem vendê-los futuramente, mas a realidade do Brasil é outra – disse Caetano.
Jorge, de 20 anos e titular desde julho de 2015, chamou atenção dos europeus quando foi eleito o melhor do Mundial Sub-20 do ano passado. Recentemente, chegou a integrar a lista dos 35 nomes de Rogério Micale, mas acabou não sendo convocado para os Jogos Olímpicos. Segundo seu empresário, Eduardo Uram, a procura foi grande, mas seu cliente acreditou no projeto do Flamengo e concordou em nem cogitar por ora o sonho de ir para a Europa.
– O Jorge é a bola da vez hoje, e o Flamengo fez um trabalho interessante em segurá-lo. Fez esforço por isso, e o Jorge não forçou transferência. É um jogador do perfil dos “Gabrieis” (Jesus e Gabigol), do Rodrigo Caio e do Douglas Santos. Vem jogando constantemente no seu clube e, com um ano de profissional, já soma quase 100 jogos pelo clube (tem 70). Já recebemos consultas de grandes clubes ingleses, dos dois maiores da França e uma proposta efetiva da Itália. O Flamengo conversou conosco que não poderia perdê-lo agora, e ele concordou. Tem 20 anos, vive um momento importante no clube, soube controlar a ansiedade e protelar a saída para um momento mais propício principalmente para o Flamengo, que tem esse objetivo de brigar por títulos. Ele acha importante fechar esse ciclo – afirmou Uram.
As janelas de transferências do México e dos Emirados Árabes, dois países com poder de compra significativo, seguem abertas
Outro “bola da vez” Felipe Vizeu, um ano mais novo do que Jorge. Seu nome chegou a ser vinculado na Itália ao Lazio, por exemplo. Com sete gols marcados em 21 jogos, o que corresponde a uma média similar à de Guerrero – 17 em 52 – por partida (0,33), o garoto recebeu sondagens do Velho Continente, mas, de acordo com Carlos Eduardo Baptista, seu empresário, o objetivo primordial é se firmar na Gávea.
– Sondagem sempre tem, mas nada oficial. O Flamengo conta muito com o jogador, e ele tem sim o sonho de ser titular do Flamengo nos próximos anos. Tem muita sondagem, Espanha também. Normal do futebol mas nada oficial.Felipe está muito feliz no Flamengo, recebendo muitas oportunidades. Ainda está amadurecendo bastante com somente oito meses de profissional. O Flamengo está dando todo suporte para que se torne um ídolo do clube – disse Baptista.
Também formado no Flamengo, o meia Adryan viveu situação diferente. Após passagem positiva pelo Nantes, da França, o clube via no atleta de 22 anos uma boa oportunidade de fazer caixa. Havia o interesse dos franceses, inclusive, mas o agente dele, Reinaldo Pitta, esclareceu que as consultas nunca foram formalizadas. Até o fim de julho, o contrato do jogador tinha validade somente até março de 2017. O Rubro-Negro protegeu-se e o renovou até dezembro do ano seguinte. Acabou reintegrado e tem a confiança do técnico Zé Ricardo, que o treinou desde o infantil.
Mais experientes também procurados
Também jovem – tem 25 anos -, porém mais rodado no futebol, o meia Alan Patrick despertou interesse de clubes do Oriente Médio e da China. As consultas não chegaram ao Flamengo, já que o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, é o detentor de seus direitos econômicos. Apesar disso, segundo Eduardo Uram, seu representante, os números não agradaram aos ucranianos, que só admitem vendê-lo no mínimo pelo mesmo valor que o compraram.
Figura carimbada das últimas duas janelas internacionais, o atacante Guerrero chamou atenção de chineses, contudo, a exemplo do ocorrido com os demais rubro-negros, nada passou de conversa. Recentemente, o jornal peruano “Libero” noticiou o interesse do Lokomotiv Moscou, da Rússia, mas a empresa que gere a carreira do centroavante de 32 anos, On Think Ball Sports, negou qualquer tipo de procura.
Fonte: GE
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