Membros do FLA+ se reuniram com o vice-presidente de finanças, Claudio Pracowick. A reunião, realizada no dia 08 de agosto, abordou todos os principais temas da pasta da VP de Finanças do Flamengo.
Questionado primeiramente sobre o que mudou em sua pasta desde que assumiu, segundo ele o que mudou foi o “degrau da escada” de recuperação do Flamengo. O primeiro degrau foi o da recuperação da credibilidade que se obtém com o pagamento de suas dívidas. Agora o Flamengo está no “degrau” de investimento em produção, ou seja, é hora de investir para ganhar títulos. O próximo “degrau”, que deve começar a ser implementado ano que vem e estar plenamente integrado em 2018 é o da melhoria da eficiência.<
• DÍVIDAS
Sobre o perfil da dívida antes e depois, foi esclarecido que antes tínhamos uma divida de curto prazo com fluxo de caixa negativo. Hoje, temos um alongamento do perfil da dívida como parte do planejamento do primeiro degrau obtido através de renegociações de taxas de juros e prazo com credores.
Sobre o motivo para um credor aceitar alongar o prazo de recebimento com redução da taxa de juros, foi esclarecido que não se trata de caridade dos credores. Com a variação esperada da taxa de juros no Brasil para os anos seguintes ao da negociação, o alongamento do pagamento com redução da taxa, combinado com a variação da mesma resultaria num aumento de receitas para os credores em longo prazo e como consequência desafogaria o Flamengo em curto prazo.
Foi esclarecido ainda que os juros nos foram oferecidos numa época em que a inadimplência do Flamengo era frequente e calculada pressupondo a mesma. Como passamos a honrar nossas dívidas, os credores tinham “gordura para queimar”. Com estas medidas tivemos um declínio do “risco Flamengo” e os credores se sentiram mais confiantes e nosso passivo circulante caiu para 32%.
Ainda sobre a dívida, foi confirmado o pagamento de aproximadamente R$ 70 milhões em dívidas até a data da reunião, descontados os abatimentos das contingências (ou seja, desembolso efetivo de valores). Perguntado se havia algum receio que o PROFUT se tornasse uma bola de neve (já que as prestações aumentam com o passar dos anos), foi afirmado que não, pois a EBITIDA do Flamengo é muito maior que a variação do PROFUT e mesmo assim o Flamengo estuda a possibilidade de antecipar parcelas e “zerar” este passivo se for o caso.
Segundo o VP desde janeiro de 2013 foram captados cerca de R$ 190 milhões em empréstimos novos com o pagamento de mais de R$ 300 milhões em dívidas (novas e antigas).
• CENTROS DE CUSTOS
Sobre a incapacidade dos centros de custo do Flamengo serem autossustentáveis, o vice-presidente afirmou que nem todos os departamentos têm que se pagar. O que deve ser cobrado é a eficiência extrema para minimizar custos e aumentar a eficiência do trabalho. Há departamentos indispensáveis para a vida do Flamengo que não tem capacidade de gerar receitas, mas, trabalhando com eficiência ele pode gerar redução de custos. Ele vai tentar alocar recursos no orçamento de 2017 para implementar o Business Intelligence (terceiro degrau).
• ORÇAMENTO DO FUTEBOL
Questionado sobre sua relação com a pasta de futebol, especificamente sobre as adaptações necessárias no orçamento face a dinâmica do “mercado da bola”, disse que não há como pensar diferente neste mercado e isso é feito com uma soma de esforços de cortes em alguns departamentos e alavancando recursos com juros dentro do previsto no orçamento.
Quando há este tipo de necessidade, ele convoca o Conselho Diretor e divide entre todos os VP a responsabilidade, autorizando a modificação apenas quando todos sacrificam parte dos seus orçamentos em prol do bem maior FLAMENGO, do contrário ele só autoriza novos recursos mediante venda de atletas para compensar.
Perguntado sobre como ele encara a folha inchada do futebol do Flamengo (segunda maior do Brasil), Claudio respondeu que a folha do Flamengo tem que ser a maior do Brasil, pois somos os maiores e a diretoria tem que ter competência para prover os recursos necessários para isso. O importante é manter a responsabilidade.
• REVISÃO ORÇAMENTÁRIA
Questionado sobre o porquê da VP de finanças em junho de 2016 ter aberto mão de R$ 16 milhões de novos empréstimos aprovados desde dezembro de 2015 e ter novamente requisitado os mesmos em agosto de 2016, foi dito que tal fato se deve a dois fatores:
– Um déficit de R$ 20 milhões na arrecadação prevista cobertos R$ 12 milhões pelas luvas da Globo, R$ 8 milhões com empréstimos.
– Para cobrir custo de R$ 8 milhões para qualificação do elenco em 2016, valor este que seria investido em 2017 mas que foi solicitado já em 2016 pela VP de futebol graças às oportunidades que apareceram.
• ESTÁDIO
Perguntado se o Flamengo possui recursos para construir nosso estádio foi afirmado que só o faremos se tiver dinheiro, contudo, antecipou que diálogos com parceiros estão avançados e que a construção de um estádio novo está próxima de estar 100% viabilizada com créditos da Construção Civil (dando a própria obra e terreno como garantia do crédito). Já o Maracanã é uma questão de obter créditos bancários.
• ORÇAMENTO
Sobre o fato de o Flamengo ter estourado o orçamento 2015 em R$ 8 milhões e como evitar isso, Claudio Pracowick explicou que o orçamento é um “organismo vivo” e que tem que ser executado com transparência. Pode ser alterado inúmeras vezes sempre com uma justificativa que pode ser desde uma mudança nas condições de mercado até a incompetência dos gestores em captar recursos previstos, ou mesmo em analisar os sinais do mercado. O importante é sempre dizer o motivo da mudança mesmo que signifique reconhecer um possível erro.
Fonte: FlaMais
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