Aumento nas receitas, queda nos custos, diminuição das dívidas e o estancamento da sangria. A sensação é de alívio, mas o sinal de alerta deve permanecer ligado. Essa é a conclusão do retrato dos principais clubes do Brasil em 2015, segundo estudo do Itaú BBA, o banco de investimentos do grupo Itaú, e ao qual o ESPN.com.br teve acesso.
Trata-se de um trabalho feito pelos profissionais da area de crédito do banco e que utiliza informações públicas dos clubes. Assim, ao longo de 217 páginas, é feito um comparativo entre as receitas, os gastos e os investimentos de 27 equipes do país, além de análises individuais de cada uma delas.
De forma geral, o estudo aponta que os clubes brasileiros tiveram um 2015 para celebrar sobretudo porque houve um crescimento de 15% das receitas totais (4% acima da inflação) em relação a 2014. A verba de direitos de TV cresceu 25%, as cifras com venda de direitos econômicos de jogadores subiu para 22%, a receita com estádio subiu para 18%, enquanto com bilheteria/sócio-torcedor subiu 7%. Tudo isso forma o cenário positivo geral.
Individualmente a história não é bem assim. Há clubes que navegam em águas mais calmas, enquanto outros têm desafios bastante complexos.
O clube apresentado com a melhor situação é o Flamengo.
A equipe rubro-negra é elogiada pela 'política de austeridade' implatanta desde o ano anterior, que fez reduzir os gastos e aumentar as receitas. Mas o estudo faz um alerta para o clube carioca não reviver "O dia da marmota" - alusão ao filme "Feitiço do Tempo", em que a personagem de Bill Murray passa a acordar sempre no mesmo dia. É preciso dar resultados em campo, algo que a atual diretoria ainda não conseguiu.
Entre os clubes que apresentaram evolução, o destaque é o São Paulo. A equipe tricolor estava mergulhada em uma grande crise institucional desde 2014, algo que fez com Carlos Miguel Aidar renunciasse à presidência em outubro do ano passado.
Agora o São Paulo vive uma situação melhor. Se antes caminhava para um ano catastrófico, agora o estudo cita que a diretoria está "desativando a bomba" ao adotar melhorias de gestão, com adiantamento de recursos e empréstimos tomados, além da negociação de oito jogadores. Conclui que a equipe está "sobrevivendo".
Já o Corinthians, atual campeão brasileiro, não navega em águas calmas. A avaliação do Itaú BBA é que, como o clube tem de quitar o empréstimo pela construção da Arena de Itaquera, está com menor poder financeiro, com riscos elevados de aumentar o endividamento, fazer adiantamentos de contratos e aumentar as despesas.
CONFIRA ABAIXO A AVALIAÇÃO DO FLAMENGO:
FLAMENGO: "Espelho, espelho meu"
Segundo o estudo, o maior mérito do Flamengo é o equilíbrio entre receitas e despesas. Também há equilíbrio entre as fontes geradoras de dinheiro para o clube.
Dos A equipe faturou no último ano R$ 338,5 milhões, sendo que as fatias estão bem divididas entre TV (38% do total), Publicidade (25%) e Bilheteria (22%).
O clube ainda faz as despesas caírem, sendo que a folha de pagamentos apresentou-se com níveis baixos pelo segundo ano consecutivo.
A avaliação do Flamengo foi a melhor entre os 27 clubes analisados. Veja:
"Existe alguém melhor gerido do que eu?
Financeiramente a resposta é não. O clube mantém uma política de austeridade, gastando pouco com Folha de Pagamento, maximizando as Receitas, pagando suas dívidas e investindo sem onerar em demasia o clube. A cartilha está sendo seguida à risca e com muita competência, e o trabalho mais significativo agora é pensar na redução paulatina das Dívidas Bancárias, ainda elevadas.
Entretanto, o desempenho esportivo está longe da unanimidade. Pelo menos para o Flamenguista.
Um fato importante é que o clube não deixou de investir. Em nossos cálculos foram R$ 60 milhões entre 2014 e 2015. O que está faltando é montar um plano estratégico, ter os profissionais certos e melhorar o desempenho coletivo. Porque gestão profissional não se resume ao financeiro, e necessariamente inclui o esportivo. Ambos andam lado-a-lado.
Fonte: Espn
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