Pois é, meus queridos. O Mengão que não ganha nem perde por mais de um gol de diferença voltou a vencer, como fez contra o Cruzeiro e deveria ter feito contra o São Paulo. Chegamos à terceira vitória em 5 jogos fora no Brasileirão. Não que tenhamos casa, mas, quando somos assumidamente visitantes, as coisas têm dado mais certo que errado, por incrível que pareça.
Mais uma vez, o Flamengo jogou bem. Há quem vá discordar, mas é inegável que o time cumpriu o proposto. Voltou do intervalo com a vantagem, trabalhou em sua manutenção. Com êxito. Nada criou no segundo tempo, abdicou até daqueles contra-ataques pra matar o jogo, mais pro final. Tudo isso para não permitir ao Santa Cruz sonhar com o empate. E não permitiu.
O primeiro tempo foi mais legal. Não só o árbitro deu aval para Willian Arão bater, Alan Patrick também o fez. E Arão bateu. De muito longe, com a necessária precisão, garantindo uma quinta-feira de alegria em todo o país. O adversário cresceu dali em diante. Natural a quem está perdendo em casa. Até então, o Flamengo era mais incisivo. Controlava a partida a partir do domínio do meio de campo. Sim, o setor – que há pouco inexistia – se impôs, controlando o rival e ditando o ritmo do jogo. Ganhou os 3 pontos.
Fruto do trabalho de Zé Ricardo. De imediato, o treinador conseguiu o que parecia distante com Muricy Ramalho: resultado. Depois, fez o time melhorar. Tá certo que ganhou 2 reforços para a zaga, mas Réver e Rafael Vaz estão longe de serem primores, embora o último – principalmente – esteja indo muito bem.
Hoje, o ataque é o ponto fraco. Segue inoperante. Pouco ajuda, pouco cria e – acima de tudo – pouco marca (gols). E tem gente que fala de políticos! Marcelo Cirino, Éverton, Emerson Sheik, Ederson, Gabriel, Fernandinho. Esses sim são farinha do mesmo saco! Felipe Vizeu é diferente, é centroavante. Mas o moleque é duro que só. Ainda lhe falta intimidade com a bola e, coletivamente, pouco produz. O negócio dele é empurrar pra rede, como fez contra Vitória e Chapecoense. Ao que tudo indica, Guerrero volta no Fla-Flu.
O peruano está em débito com a torcida, mas tem o melhor quadro, desde que chegou à Gávea, para reverter a situação. O grande Guerrero que vimos, em terras brasileiras, é o de 2014. Do Corinthians de Mano Menezes. O que saía da área, brigava, vinha buscar a bola, segurava e participava de jogadas de gol, seja na criação ou conclusão do lance. O esquema de jogo de Zé Ricardo não apenas pede, mas praticamente implora por um centroavante com tais características. Principalmente porque os homens de lado pouco contribuem.
Se pouco contribuem, por que são mantidos? Esse é o porém de nosso treinador. Tá pra nascer um ser humano que compreenda o porquê de Zé Ricardo insistir na farinha do mesmo saco, deixando no banco a gringaiada trazida em 2016.
Mancuello chegou com status de salvador da pátria e de segundo ou terceiro homem de meio de campo. Nunca foi usado assim no Flamengo. Já foi ponta-esquerda, já foi camisa 10. Mesmo fora da posição preferida, demonstrou ser mais produtivo que nossa dezena de segundos atacantes. Se vai salvar a pátria? Aí é outra história.
Cuéllar veio sob menos alarde. Vestiu o Manto e se tornou o único meio-campista do time de Muricy. O colombiano fazia tudo naquela bagunça. Caiu nas graças da torcida pela raça – é claro – mas também pela qualidade técnica. Zé Ricardo assumiu e o botou na reserva, trocando-o por Márcio Araújo.
E não é que o “Massa” vem jogando bem? Difícil tirá-lo do time, tão quanto deixar Cuéllar no banco. Faz o seguinte, professor: joga com os 2. Éverton e Marcelo Cirino não vêm ajudando muito, mesmo; dá pra sacar ambos. Aí ainda abre uma vaga para o Mancuello.
Por que não testar o Mengo com 5 meio-campistas? Arma no 4-2-3-1. Massa e Cuéllar carregam o piano, Alan Patrick segue fazendo a função de camisa 10. Assim, Willian Arão e Mancuello ganham maior liberdade. Podem avançar mais, aparecer como “fator surpresa” e participar efetivamente da criação de jogadas, auxiliando o Guerrero do Fla a voltar a ser “aquele Guerrero”.
É bem provável que ele, Cuéllar e Mancuello falem “Mengón”, mas o idioma segue o mesmo: Flamengo.
Você nos fez voltar a acreditar, Zé. Nós compramos a ideia. Os gringos são bons e o time é o maior do mundo. “Bamos”, Flamengo!
Fonte: Nosso Flamengo
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