As eliminações na Primeira Liga e no Campeonato Carioca acarretaram em insatisfação geral no Flamengo. A gestão comandada pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello foi bombardeada por críticas desde domingo (24), quando o Rubro-negro terminou mais uma vez batido pelo rival Vasco. O descontentamento extrapolou o departamento de futebol e parou na reunião do Conselho Deliberativo.
Na noite da última terça-feira (26), os conselheiros se reuniram na sede da Gávea e aprovaram as contas do exercício 2015. Houve poucos questionamentos sobre os números apresentados pelo vice-presidente de finanças Cláudio Pracownick. A insatisfação estava voltada para os maus resultados do futebol. A polêmica entrada em campo, quando os jogadores fincaram uma bandeira no gramado da Arena da Amazônia e abandonaram as crianças no túnel, também foi debatida em plenário.
Candidato à presidência na última eleição e conselheiro do clube, Cacau Cotta pediu a palavra para questionar a diretoria
A cena foi criticada pelos conselheiros da oposição e também gerou constrangimento na situação. Sem Bandeira de Mello, Cacau discursou para outras bases da diretoria, incluindo o vice-presidente geral Maurício Gomes de Mattos.
“A humildade, que trouxe o presidente Eduardo Bandeira de Mello aqui, está faltando para enfrentar o maior problema que existe hoje no Flamengo. É o nosso carro-chefe. O futebol é fim, não é meio. Estou orgulhoso das contas, mas quero ter o mesmo orgulho do futebol. O Flamengo não é banco, não é instituição financeira. O Flamengo não comemora título de transparência. Os executivos precisam ser cobrados. O que faz o Fernando Gonçalves há um ano no futebol do Flamengo? Ele foi diretor da Traffic no caso Ronaldinho… Não tenho nada contra o Rodrigo Caetano, é um gentleman, mas não ganhou nada. É preciso paciência com o trabalho do Flávio Godinho [vice-presidente de futebol], mas temos responsabilidade com 40 milhões de torcedores”, afirmou.
Cacau seguiu o discurso e terminou aplaudido pelos conselheiros em meio ao clima de insatisfação pela terceira eliminação consecutiva para o Vasco na gestão Bandeira – são nove jogos sem vencer o rival de São Januário. Para completar o cenário de questionamentos, o conselheiro Lysias Itapicurú pediu a palavra para criticar a ação de marketing na entrada do time em campo na Arena da Amazônia.
Os jogadores adentraram ao gramado correndo, ignoraram os tradicionais mascotes e fincaram a bandeira rubro-negra no centro de campo. Lysias questionou o departamento de marketing e o autor da ideia, principalmente pelo fato de a bandeira não se tratar de um produto oficial. Foram cobradas providências para que o comprador da “bandeira pirata” – denominação utilizada pelo conselheiro – seja punido. O clima pesado continuou.
No Ninho do Urubu, os jogadores não concordaram em levar a culpa pela questionável ação e esperavam que a diretoria admitisse a autoria da ideia. O Flamengo tenta voltar aos trilhos e dar continuidade ao trabalho na temporada. Não faltam problemas e cobranças. O clube sabe que precisa aparar as arestas o quanto antes para não correr risco de tumultuar ainda mais os bastidores. O Rubro-negro ficou fora das finais, mas viverá dias decisivos nas próximas semanas.
Fonte: Uol
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