Com números apresentados pela Globo, LANCE! mostra como está a divisão da verba
Que Flamengo e Corinthians são os líderes de arrecadação com cotas de TV não é novidade. Mas qual é a fatia real que cada um tem direito em um dos montantes de dinheiro mais cobiçados do país? É o que a própria Globo responde, através de números apresentados pelo diretor da emissora, Marcelo Campos Pinto.
Como o próprio executivo revelou, a Globo paga aproximadamente R$ 1,1 bilhão aos clubes da Série A. Juntos, Flamengo e Corinthians ficaram com 18,35% do total em 2015. Ou seja, são R$ 105,6 milhões para o Fla e R$ 96,2 milhões para o Timão, mediante o percentual apresentado pela emissora.
– É de acordo com a atratividade de cada clube. Domingo, depois do Faustão, qual é o jogo que passa? Não é do Flamengo? Então tem que receber mais mesmo – afirmou ao LANCE! o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Os contratos atuais estão no quarto e último ano de vigência. O início deles foi em 2012, tendo sido negociados individualmente com 18 equipes – três delas hoje estão na Série B (Botafogo, Bahia e Vitória), mas são contabilizadas no montante total de R$ 1,1 bilhão da Série A, no qual entram os demais que ascenderam à elite e não têm acordos a longo prazo (em 2015, Ponte Preta, Chapecoense, Figueirense, Avaí e Joinville).
Do montante de 1,1 bilhão, a Globo destina R$ 650 milhões ao pagamento pelos contratos de TV aberta. Flamengo e Corinthians recebem uma fatia do mesmo tamanho e a diferença para os “lanternas” é três pontos percentuais.
Mas o abismo cresce quando são divididos os R$ 450 milhões do pay-per-view. O Flamengo se descola do Corinthians, que por sua vez também abre uma diferença considerável para os outros. Ao fim das contas, enquanto Flamengo em 2015 recebe 15,2% da verba de pay-per-view, o Goiás fica com 0,7%. Nesse mesmo quesito, outros grandes, como São Paulo e Palmeiras, ficam com menos da metade do percentual do Fla.
TV aberta
Como dividir as cotas de TV aberta? A Globo chama o percentual estabelecido no contrato em vigor a partir de 2012 de cota fixa, que tem sido corrigida pelo IPCA desde então, por isso os percentuais são praticamente iguais. A variação é mínima. Para estipular esse número de partida, a emissora fez uma pesquisa cruzando audiência estadual e nacional. A Globo verificou através dos índices que existiam clubes que deveriam estar em um grupo e outros em outro grupo. Foi assim que se chegou à conclusão que Flamengo e Corinthians tinham audiência maior do que o grupo que vem abaixo, como Palmeiras, São Paulo, Santos e Vasco. Quem tem o poder de decidir qual jogo passa em cada praça são as afiliadas.
TV fechada
O volume do pay-per-view, que é a TV fechada, é com base numa pesquisa do Ibope e do Datafolha em cima do número de pessoas que compra o pacote. Hoje, segundo a Globo, isso gira em 2 milhões de pessoas de uma base de 20 milhões de lares que têm televisão por assinatura. A divisão do pay-per-view é feita em cima disso.
Divisão não agrada a todos
Prestes a haver transição dos contratos firmados de 2012-2015 para os de 2016 em diante, tem clube que está na parte de baixo da pirâmide de divisão de cotas que defende uma melhor distribuição.
– Ninguém está querendo abaixar o valor de Corinthians e Flamengo. Queremos aumentar o nosso – disse o presidente do Santos, Modesto Roma, que ainda acrescentou:
– Temos que discutir. A maior questão é o PPV. Acho que temos que estudar, analisar os critérios. Entendo que a emissora, os clubes e a CBF têm que sentar e analisar. Hoje, é por Ibope/Datafolha. Tem que ser pela capacidade de venda de cada clube.
O Santos de Modesto, por exemplo, tem recebido percentual menor do valor total das cotas em relação aos dois anos anteriores – segundo os números da Globo – por causa da diferença no quesito pay-per-view.
Fonte: Lancenet
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