quinta-feira, 9 de julho de 2015

As doses homeopáticas de esperança do Flamengo

Fonte: Deixou Chegar

Aos trancos e barrancos, 2015 se arrasta como uma espinha na garganta, e o Flamengo não ajuda. Sentado na estação de trem do Maracanã depois da última derrota em casa, pensei em quantas vezes mais sairei de casa para me decepcionar com o time. Em quantas oportunidades o Flamengo conseguirá acabar com meu humor pelo resto de um dia. O próximo jogo seria contra o Inter no Sul, então as expectativas de melhoras não poderiam ser grandes.

Mas faz bem acreditar. Por isso, estive, novamente sentado, em frente à TV, vendo o Fla surpreender meio mundo e não voltar de Porto Alegre com uma sacolada. Pelo contrário, conquistando uma importante vitória, que pode indicar um recomeço na temporada. Como não se animar com a estreia de Guerrero e sua participação decisiva no jogo?

Em outras notas, pude ver que Jonas e Cáceres formaram uma excelente dupla à frente da zaga, com uma proteção que consagrou Wallace e Marcelo. Que Jorge parece ser daqueles jovens que dão orgulho ao torcedor, e a cada jogo mostra uma maturidade ímpar para alguém de sua idade. Que Everton está próximo do futebol que deixou em 2014 e que Sheik, apesar de titubeante tecnicamente, está cumprindo muito bem sua função em campo, cobrindo a marcação na lateral.

O Flamengo que precisa ser está exemplificado na solada de Guerrero para o gol que abriu a vitória: sem medo, com raça, e vontade de ser feliz. Um time que transpire, mas que não tenha receios em dar alegria ao seu povo (para não deixar a data passar batida, afinal). O time que entrou em campo não era, necessariamente, melhor que o Inter. Só que pareceu muito mais disposto, interessado e comprometido taticamente. Às vezes, num campeonato tão medíocre, basta.

Há um enorme caminho pela frente, e não há porque não se preocupar com o que o Flamengo terá de encarar no restante do campeonato. Mas esse jogo dá um pouco de esperança. Mostra que, às vezes, a fé que depositamos é recompensada; que, às vezes, podemos ir dormir com um sorriso no rosto. E aí tudo parece valer a pena. Até mesmo o frio do concreto da estação Maracanã.

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