O caminho pela reestruturação financeira do Flamengo passa pela arrecadação nas bilheterias. E, na ponta do lápis, o Maracanã não é considerado um parceiro ideal. Pelo contrário. Por isso, a diretoria entrou em consenso após reuniões e garantiu que até o fim do ano irá definir o local para construção de um estádio próprio. As opções: os municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na manga, investidores para um aporte inicial de R$ 250 milhões.
A ideia é levantar a arena a partir de 2016. Os dois grupos, um inglês e um brasileiro, ainda sob sigilo, não têm contrato assinado, mas, sim, um Memorando de Entendimento (MOU, na sigla em inglês). O modelo seria baseado no Allianz Parque, do Palmeiras, com espaço destinado para cerca de 45 mil torcedores.
Para angariar valores, outra ideia surgiu na mesa rubro-negra: cerca de dez mil assentos poderiam ser negociados pelo período de dez anos, uma espécia de cadeira cativa com prazo, ao custo de R$ 30 mil cada, totalizando, em caso de sucesso, R$ 300 milhões.
De quebra, o clube vê a construção de um estádio próprio como ação primordial para alavancar o programa de sócio-torcedor, outra fonte de renda e atualmente com cerca de 57 mil membros. Pelo cálculo do projeto, caso a ideia de um estádio próprio vingue, o número potencial estimado de novos sócios levaria a um teto de 150 mil participantes. O Internacional, líder do segmento no futebol brasileiro, tem 136 mil sócios-torcedores.
Internamente, o Flamengo mostra muito desconforto com o acordo firmado com o Maracanã. Mesmo após revisões da parceria, o lucro tem sido pequeno. Como mandante e visitante, o time disputou 11 partidas no estádio em 2015 que geraram, em renda bruta, cerca de R$ 12,2 milhões. No bolso rubro-negro entraram pouco de R$ 2,2 milhões. Em despesas, como custo operacional (R$ 2,3 mi) e aluguel de estádio (R$ 2,1 mi) o valor chegou a R$ 4,4 milhões.
Outro ponto de insatisfação é a susposta falta de transparência com detalhamento de custos de serviçoes terceirizados, como limpeza e segurança, e a venda em bares. O contrato firmado com os clubes não permite que estes dados sejam auditados. Com o sonho rubro-negro da casa própria, o estádio ficaria restrito a grandes eventos, como partidas decisivas em competições ou shows, com presença de grande público garantido. A comparação é com o que ocorre atualmente com o Pacaembu, em São Paulo, depois da migração do Corinthians para Itaquera, onde o novo estádio foi construído.
‘Arena butique’ na Gávea perde força
Desde que a gestão atual, de Eduardo Bandeira de Mello, assumiu o clube em 2013, o interesse em erguer a Gávea um estádio com conceito de butique, com bares e restaurantes, e capacidade de 20 mil pessoas vem à tona em momentos distintos. Inicialmente, a Odebrecht, principal acionista no Consórcio Maracanã, seria uma parceira.
O projeto, no entanto, encontrou resistências, até de moradores da região, e necessitaria de estudos de impacto ambiental e liberação de todas as esferas do governo (municipal, estadual e federal). A ideia era ter o apoio da arena para jogos menores, com o Maracanã ocupando a maior parte do calendário. Em caso de estádio próprio, a ideia cai por terra.
Na Gávea, a diretoria ainda acalenta o projeto de ter uma arena multiuso para os esportes olímpicos, construída pela cadeia de fast-food norte-americana McDonald’s. O projeto também conta com reprovação de parte de moradores da área por conta do impacto no trânsito, mas esteve próximo de ser aprovado na prefeitura. O clube chegou a lançar um vídeo com a projeção da arena e ainda aguarda o aval da prefeitura para levantar a obra, de frente para a Lagoa Rodrigo de Freitas.
Fonte: ESPN
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