Tem vários brasileiros querendo retornar ao futebol Brasileiro.
O atacante Wellington Tanque chegou ao Japão pela primeira vez em 2013.
Passou por altos e baixos, atuando até na segunda divisão local, mas hoje, aos 31 anos, joga em uma equipe importante, o Vissel Kobe, onde atuam os renomados europeus Andrés Iniesta, David Villa e Lukas Podolski.
Mesmo assim, quer voltar ao Brasil para sentir de novo a adrenalina do futebol brasileiro e se divertir com as resenhas dos vestiários. E não é só ele que tem esse desejo: o alemão Podolski, segundo Tanque, também quer jogar no Brasil e costuma perguntar coisas sobre o Flamengo, clube pelo qual se apaixonou quando veio disputar a Copa do Mundo de 2014.
“O Podolski é quase brasileiro. Brinca bastante, fala umas bobagens em português, tira onda quando dá caneta no treino. É um cara que sempre procura alegrar as coisas”, disse, em entrevista ao Torcedores. “Ele sempre acompanha o futebol brasileiro, perguntava onde seria a final da Libertadores, os jogadores que estão no Flamengo, como tudo funciona, como são as coisas no Brasil”, completou.
Tanque também falou sobre a oportunidade de jogar no Japão com três atletas que se destacaram no futebol europeu – o que nunca passou pela cabeça do atacante. “É muito bacana. Às vezes a gente sonha com uma coisa, mas tudo toma outro rumo. Eu sonhei em jogar na Europa, e acabei encontrando jogadores desse nível no futebol japonês”, afirmou. “Procuro desfrutar bastante. É lógico que o treinamento aqui não é igual ao que eles tinham, até porque alguns jogadores daqui não conseguem acompanhar o raciocínio, mas mesmo assim é muito legal”, completou.
Os dois espanhóis, Andrés Iniesta e David Villa, têm perfis diferentes. O meia Iniesta, ídolo do Barcelona, é mais tímido e calado, porém, de acordo com Tanque, cumprimenta e é educado com todos. O atacante Villa já é mais extrovertido e comunicativo – o oposto do compatriota, com quem conquistou a Copa do Mundo de 2010.
Experiência no Japão
Wellington Tanque foi revelado em 2006 pelo Internacional. Teve passagens por São Caetano e Naútico, e, em 2008, saiu do Brasil. Passou pela Alemanha, no Hoffenheim e Fortuna Düsseldorf, e também atuou pelo Twente, da Holanda. Mas foi no futebol japonês que Tanque viveu a maior parte de sua carreira. O atacante chegou ao país oriental em 2013, e, com exceção de uma rápida passagem pela Ponte Preta, em 2015, jogou em três clubes japoneses desde então.
Tanto tempo no Japão trouxe experiências e aprendizados ao jogador. “São coisas que parecem pequenas, mas aqui tudo deve ser feito de maneira organizada, com muitas regras. Tenho aprendido muito com a cultura japonesa, o que me ajuda no futebol. Às vezes sei que estou certo em alguma reclamação, mas prefiro apaziguar, não causar intriga. O povo japonês sabe ser gentil e me ensinou, principalmente, a ser paciente”, contou.
A vida no Japão também dá a oportunidade de Tanque estar mais perto da família – o que, para o jogador, é fundamental -, além de receber bem e sempre em dia. “Eu treino pela manhã, mas tenho a tarde toda para fazer o que quiser. Consigo dar uma boa educação e segurança para meus filhos. Sempre utilizo meu tempo livre com a família. Moramos perto de restaurantes, shoppings, parques, então faço tudo com eles”, disse.
Desejo de retornar ao Brasil
Apesar de ter uma boa experiência pessoal no Japão, Tanque ainda busca realizações profissionais – o que inclui atuar no Brasil. “Profissionalmente, sinto falta de quase tudo: o ambiente de jogo, a motivação, as brincadeiras dos atletas. No Japão não existe cobrança – perder, empatar ou ganhar, para torcida e diretoria, tem o mesmo sentimento”, afirmou Tanque.
No começo deste ano, o atacante foi procurado pelo técnico Zé Ricardo, que estava no Botafogo, mas o clube carioca acertou com Diego Souza, e a negociação não progrediu. O jogador disse estar frustrado com o dono do Vissel Kobe, que, segundo Tanque, interfere nas decisões do campo, dando preferência a outros jogadores, e não avançou em negociações com o Bordeaux, da França, quando teve oportunidade de vender o atleta. Por isso, espera o fim do contrato, que encerra em 31 de dezembro, para definir seu futuro.
Fonte: Torcedores.com
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