domingo, 16 de dezembro de 2018

Infomoney: Flamengo receberá R$ 174 milhões a mais da Globo e Vasco 44 a menos, confiram:


Enquanto isso, clubes regionais e torcidas menos volumosas têm muito a perder, descobriu um estudo feito pela consultoria Grafietti, Cesar F&MC.
Alguns grandes times de futebol do eixo Rio-São Paulo vão ganhar ainda mais dinheiro com as novas cotas de televisão. 



Esse contrato é a maior fonte de receitas dos clubes brasileiros, e geralmente representa entre 40% e 50% de tudo que faturam.

Segundo os dados analisados por Grafietti, especialista em análises financeiras no universo esportivo, Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras são os que mais devem ganhar com o novo formato de contrato. No caso do rubro-negro carioca, maior beneficiado com a mudança, o incremento na receita pode chegar a R$ 147,5 milhões.

Enquanto isso, o Vasco pode perder até R$ 44 milhões a partir do ano que vem, graças às novas regras. Os ganhos e perdas de cada clube podem ser conferidos na tabela ao final deste texto.

O que mudou

Segundo os criadores da nova metodologia, o principal objetivo da mudança é buscar maior equilíbrio na divisão das cotas. No entanto, no fim das contas, os clubes que já recebem mais continuarão nessa posição, e alguns que têm boas receitas passarão a ter problemas, concluiu o relatório.

Até 2018 todos os direitos de TV (Aberta, Fechada e Pay-per-view) eram negociados apenas com a Globo, porque ela tinha a melhor condição de preço e exposição. A partir do ano que vem duas empresas estarão transmitindo: a Globo e a Turner.

A divisão de transmissão passa ser a seguinte: TV Aberta (Globo - detentora exclusiva do Brasileirão), TV Fechada (Globo e Turner - 13 clubes assinaram com a Globo e 7 com a Turner) e Pay-per-view (Globo).

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Os sete clubes que fecharam com a Turner para 2019 são: Ceará, Bahia, Santos, Internacional, Atlético Paranaense, Fortaleza e Palmeiras.

Hoje, os clubes vendem individualmente os direitos de transmissão de seus jogos para a TV Aberta e Fechada, enquanto para o Pay-per-view é um valor total que é dividido aos times em função de uma pesquisa de penetração de clubes entre os torcedores.
A partir de 2019, o modelo sofre alterações na estrutura e as categorias foram destrinchadas em TV aberta e fechada, PPV, placas publicitárias e contrato com uma emissora internacional.

De acordo com o estudo, o valor disponível referente à TV aberta e fechada somando os contratos da Globo e Turner é de R$ 1,1 bilhão, que será dividido da seguinte maneira:

1. Parcela igualitária (de 40%): recebimento de 75% do valor entre janeiro e junho e 25% do valor entre julho e dezembro, mensalmente;

2. Parcela de audiência (30%): recebimento entre maio e dezembro.

3. Parcela de desempenho (30%): recebimento em dezembro, após o final do campeonato e de acordo com a posição do clube na tabela.

Importante dizer que, no novo modelo, somente será possível conhecer o valor final que caberá a cada clube após o final do Campeonato Brasileiro, exceto pela parte Igualitária (40%). Os 60% restantes serão distribuídos conforme jogos transmitidos e desempenho, definidos ao longo e ao final do campeonato.

A diferença no fluxo de caixa vai ser grande para muitos clubes, tanto para mais quanto para menos.

Impacto do pay-per-view

O impacto vem do pay-per-view, o que explica o aumento potencial de receita para os quatro clubes beneficiados. A distribuição dessa categoria passar a ter valores baseados  em uma pesquisa que pergunta aos torcedores de todo o país para que time torcem, o que altera o percentual que cabe a cada clube. Antes, esse estudo incluía apenas torcedores das capitais.

Serão R$ 650 milhões disponíveis de PPV distribuídos de acordo com os resultados dessa nova pesquisa.

Ao fazer o estudo apenas nas capitais, a distribuição de dinheiro do PPV é alterada porque a quantidade de torcedores de times de Porto Alegre e Belo Horizonte, por exemplo, é, em sua maioria dos clubes dessas cidades especificamente, enquanto que os times paulistas e cariocas têm mais torcedores ao redor do país.

Ou seja, times como Grêmio, Cruzeiro, Atlético MG e Internacional têm torcedores concentrados nas suas cidades-sede, enquanto Corinthians, Flamengo, São Paulo e Palmeiras têm torcida espalhada por todo Brasil. Com a nova pesquisa, portanto, os clubes de maior torcida vão receber mais dinheiro advindo do orçamento do PPV.

*Até 2018 o valor do PPV era dividido pelos clubes baseado em duas possibilidades: i) pesquisa nacional com a base de assinantes de pay-per-view ou, ii) numa pesquisa de penetração de torcedores feitas nas capitais brasileiras. O estudo usou os dados do segundo quesito da pesquisa mais recente, uma vez que não teve acesso aos dados da base de assinantes.

“Fica cada vez mais evidente a distinção entre os clubes de maior e menor alcance de torcida em termos nacionais. Se por um lado as divisões de TV Fechada e TV Aberta tendem a diminuir a distância entre quem recebe mais e menos, o fator pay-per-view torna a acentuá-la”, diz o documento.

Valores

O alerta da pesquisa vai na direção do gerenciamento das finanças. Times como Vasco, Grêmio, Cruzeiro, Atlético MG, Internacional, Botafogo e Fluminense podem perder até R$ 44 milhões das receitas com as mudanças que entram em vigor em 2019.

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Para simular quanto cada time pode ganhar ou perder, o estudo separou os times da série A do Brasileirão 2018 em alguns grupos que devem ter valores similares com as mudanças.

Com a parcela de desempenho valendo, o time campeão ganha mais do que o 10° colocado, que ganha mais do que o 16° colocado (antes da zona de rebaixamento). Com esse sistema meritocrático, quem vai para a série B não ganha nada - ao contrário de hoje.

O que se pode concluir é que a nova divisão aumenta a parcela dos clubes menores, rebaixa a dos regionais e aumenta a dos 4 grandes. E ainda vai penalizar quem cair para a Série B a partir de 2019 - que não receberá nada.

E para conseguir manter as contas em dia, times que vão enfrentar mais dificuldade financeira com as mudanças terão de ter um desempenho melhor no campeonato brasileiro para ganhar mais dinheiro no fim do ano - o que pode gerar um ciclo vicioso.

Fonte: InfoMoney

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