Quase uma unanimidade entre os torcedores rubro-negros, Reinaldo Rueda tem um currículo de respeito.
A personalidade do colombiano ainda é pouco conhecida. Para começar a decifrá-la, leia dez declarações que ajudam a revelar quem é o futuro treinador do Flamengo:
A passagem de dois anos pelo Atlético Nacional, com a conquista de seis títulos — entre eles, a Libertadores de 2016 — indica que há um profissional vencedor a caminho da Gávea.
A personalidade do colombiano ainda é pouco conhecida. Para começar a decifrá-la, leia dez declarações que ajudam a revelar quem é o futuro treinador do Flamengo:
1. Como terminou estudando na Alemanha?
Em 1975, por um convênio colombo-alemão que se fixou em duas universidades — a de Antioquia, para investigação científica, e a do Valle, em docência esportiva — e aí ganhei esse plano de estudos. Sabia muito pouco da Alemanha: admirava o futebol, a seleção de 1970, quando Beckenbauer jogou de tipoia e o título de 1974. Dez anos depois, tive a sorte de uma bolsa quando os diretores da liga determinaram que eu merecia essa oportunidade. Lá me formei como treinador. Foi algo que mudou minha vida, e hoje aproveito tudo isso. Quando cheguei lá, apesar de ter professora particular, vi que não sabia nada. O orientador me disse que não poderia ingressar porque não tinha fluência nem manejo do idioma, e me mandou fazer 600 horas de aprendizagem. Me matriculei numa academia e fiz todos os estudos com o sonho de ficar. Aproveitei a cultura, a história, os museus, sempre que posso, voo por dois, três dias, uma semana. Tenho admiração pela Alemanha. ("El Tiempo", 23 de maio de 2017)
2. Você prefere ser técnico de clube ou de seleção?
O status de técnico de seleção é único, algo que dá muito orgulho. Já tive as duas experiências e acredito que se respeita mais um treinador que tem a possibilidade de ir ao Mundial. Além disso, o trabalho pode ser de maior qualidade pelo tempo e espaço que há para trabalhar cada partida. [Em clube], há muitas partidas seguidas, três competições simultâneas, algo muito desgastante. Se é duro para os jogadores, é pior para quem carrega estresse e tensão. ("El Espectador", 18/06/2017)
3. Qual é o treinador que você mais admira?
Uma pessoa que significa muito para minha carreira desde o início é Carlos Alberto Parreira. ("El Espectador", 18/06/2017)
4. Quem te conhece fala, além de sua capacidade como técnico, da sua humanidade. Imagino que esse aspecto seja muito gratificante para você.
Sim. Somos de berço humilde, percorremos um caminho duro e longo. É preciso saber que o futebol dá voltas. O reconhecimento não pode te desviar. Dou graças a Deus e ao futebol. Chegar à elite é muito lindo, para mim e para a minha família. A cada dia, isso gera um novo compromisso de ser melhor, de exigir de si, de se preparar. Acho que essa é a meta dessa profissão. ("Ovacion Digital", 03/01/2017)
5. Você adota algum estilo europeu?
A inspiração é o Barcelona, o time mais coletivo do mundo, na minha opinião, e que marcou época com um futebol atraente. ("Correio Braziliense", 07/05/2016)
6. Pep Guardiola e Luis Enrique são algumas das suas referências?
Não. Vicente del Bosque. Ele conseguiu o que parecia inalcançável. Levou a Espanha ao título da Copa do Mundo com um futebol coletivo, atraente. E uniu socialmente Castilla e Catalunha, uma Espanha dividida, por meio da seleção. Isso é muito histórico, considero transcedental. ("Correio Braziliense", 07/05/2016)
7. Qual competição é mais difícil: Libertadores ou Champions League?
A Libertadores é mais difícil. Embora muita gente discorde, é um torneio de altíssimo nível, mais desgastante devido às distâncias, às viagens. Isso é um fator que faz com que tenha um maior grau de dificuldade em comparação com a Champions League.("Correio Braziliense", 07/05/2016)
8. Como comemorou o título da Libertadores de 2016?
Celebrei com um gole de champanhe que me entregou o Carlos José Ardila em um copo descartável. Depois, de joelhos, dei graças a Deus. Não quis estar na festa e fui dormir porque, na manhã seguinte, tinha compromissos com veículos de imprensa colombianos e internacionais. ("El Tiempo", 23 de maio de 2017)
9. Por que o presidente do Atlético Nacional disse que a sua saída do clube foi motivada por questões de saúde sua e da sua mãe?
Não sei de onde saiu essa versão, porque, graças a Deus, estive em todas as partidas e em todos os treinamentos, viajei com a equipe para todos os lados. Minha mãe também está bem, felizmente. Também me surpreendeu essa versão.("El País", 25 de junho de 2017)
10. Por que um treinador de sucesso deixa uma equipe que o garante tudo para ser campeão?
O modelo do Nacional é extraordinário. Mesmo com essas garantias e com a equipe respondendo em campo, infelizmente, com o tempo, aparecem diferenças conceituais, que acredito que propiciariam um mal-estar na equipe. Para evitar isso, tomei a decisão de que o melhor seria ir embora. ("El País", 25 de junho de 2017)
Fonte: O Globo
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