O plano A do Flamengo é operar o Maracanã após a Rio-2016. Para isso, o clube contratou Marcelo Frazão para ocupar a diretoria de novos negócios. Ex-executivo de marketing e gestor do palco da final da Copa do Mundo de 2014, ele traça as estratégias para o estádio virar a casa do Rubro-negro.
O assunto é debatido intensamente no clube paralelamente às contratações recentes, como de Diego. A reforma da Gávea também é estudada, mas para jogos de menor apelo e da base. O novo funcionário falou ao EXTRA sobre os planos da diretoria em caso de mudança da gestão do estádio após a Olimpíada.
E o principal deles é diminuir custos, rever contratos e popularizar a nova casa do Flamengo.
A experiência na operação do Maracanã te indicou qual é o modelo de gestão ideal?
O Maracanã pós-reforma foi concebido como parte de um complexo que acabou descaracterizado. São diversos os desafios de readequação ao novo cenário. A principal lição sobre o modelo de gestão é a necessidade de participação ativa dos clubes em sua administração: são os donos do conteúdo e da torcida que devem ser os protagonistas.
Um clube como o Flamengo teria que rever que tipo de procedimento e estrutura do estádio para operar?
Seja o atual ou um novo gestor do estádio, é fundamental rever a estrutura de operações e de serviços para buscar equilíbrio entre custos/despesas com a real capacidade de geração de receita.
O clube vai priorizar o estádio mesmo com seu alto custo?
Todos os clubes hoje são impedidos pelo edital de participar da gestão do Maracanã. Hoje temos um contrato até o fim deste ano com o atual concessionário. A partir de 2017, tudo dependerá da permanência ou não da Odebrecht e de quais serão as condições de sucessão ou nova licitação, caso mude.
E que modificações são indispensáveis para viabilizar?
O estádio foi reformado e organizado apenas para os jogos da Copa do Mundo. Para ser viável para a realidade do futebol brasileiro e carioca o equipamento precisaria de mais flexibilidade em setorização, para se adequar à baixa média de ocupação dos 74 mil lugares, além de evitar jogos de baixo apelo.
Há estudo para se lucrar em outras frentes no estádio?
Mesmo com a instabilidade e incertezas da concessão, o Maracanã mostrou um bom potencial em geração de receitas em patrocínios, tour e eventos. Em um cenário com a participação dos clubes, tais receitas tendem a crescer.
Haverá a preocupação em popularizar a casa do Flamengo?
Há a ambição, caso participemos diretamente da gestão do estádio, em termos de ambiente adequado para que o estádio seja a casa do Flamengo em seus jogos. Maior identificação torcedor-estádio, maior integração com o programa de sócio e um Flamengo mais forte em campo aumentarão a presença da torcida no Maracanã.
A geral será remodelada?
Não há planos para isso. O que existe é a intenção de transformar a curva norte, setor mais popular do estádio, em arquibancadas com terraços, sem assentos, e com um provável ganho de capacidade neste segmento, o que permitiria preços melhores.
Como estão hoje as conversas com autoridades?
O Flamengo já colocou de maneira clara seu desejo de ser protagonista na gestão do Maracanã. Estamos acompanhando de perto o processo de definição da relação entre o atual concessionário e o poder público.
Caso o Flamengo não seja o operador, não há plano B?
Não. O Flamengo não mais mandará os jogos no Maracanã a partir de 2017 caso não participe de maneira ativa.
A reforma da Gávea é plano B para uso em conjunto?
É um projeto de médio prazo que depende de uma série de processos de aprovação com a Prefeitura. Seria complementar ao Maracanã para jogos menores, além de um patrimônio importante para o clube e torcida, que nos traria mais independência.
Fonte: Extra Globo
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