As condições do novo contrato com a TV Globo, a ser apreciado na próxima terça-feira pelo Conselho Deliberativo do Flamengo, foram expostas no excelente Blog do Rodrigo Mattos, do UOL. Incluindo a informação dos R$ 120 milhões a título de luvas – nada menos que o dobro do São Paulo, principal agraciado até então. No entanto, houve quem questionasse a robustez do montante, que tão somente reporia a inflação ou não apresentaria aumento real na soma das propriedades. O Blog Teoria dos Jogos apurou, então, o acordo mais a fundo. Concluindo que ele manteria a hegemonia rubro-negra em níveis pelo menos tão importantes quanto os atuais.
Pela primeira vez, a TV aberta deixou de ser a principal receita de televisionamento, por nela se ter promovido uma espécie de “equiparação anti-espanholizante”. A TV fechada veio a reboque: as duas propriedades, juntas, serão distribuídas na proporção 40 % (igualitária), 30% (desempenho esportivo) e 30% (audiências). Assim, as péssimas campanhas recentes fariam com que o Flamengo arrecadasse apenas R$ 70 milhões por temporada. Em contrapartida, terminar dentro do G4 proporcionaria ao clube aproximadamente R$ 90 milhões.
Em segundo lugar, as tais luvas. Do total de R$ 120 milhões, R$ 70 milhões entrariam cinco dias após assinatura do contrato, com outros R$ 30 milhões pagos em R$ 2019 e R$ 20 milhões em 2021. Ou seja, mesmo que os atuais representantes não se mantenham, ainda assim os futuros mandatários herdariam R$ 50 milhões em luvas. Mas o Flamengo enxerga a distribuição como sendo equivalente a R$ 20 milhões anuais, dado o prazo de seis anos do contrato.
Uma das principais novidades reside no pay per view. Ele se torna a maior fonte de receitas de TV, principalmente após a Globo garantir ao clube um mínimo de R$ 120 milhões independente de vendas. A pesquisa para descobrir o perfil dos assinantes será refinada e interiorizada, o que tende a beneficiar o Rubro-Negro. Com base no valor rateável de R$ 650 milhões, 1% dos assinantes equivaleriam a R$ 13 milhões. Com a expectativa de abocanhar entre 19% e 22%, um cenário otimista levaria para a Gávea mais de R$ 140 milhões.
Outra novidade: a publicidade estática pertence 100% ao Fla – um pleito antigo que só agora tem sucesso. Com isto, estima-se a disponibilização de um mínimo entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões. Consta que o São Paulo também conseguiu o benefício, mas é provável que muitos não o tenham feito, tornando a propriedade exclusiva dos negociadores com maior poder de barganha.
Por fim, surgem os direitos pela veiculação internacional do Brasileirão. Estamos diante de valores de difícil previsão, dada a necessidade de vender o torneio para diferentes mercados. Ainda assim, soa apropriado orçá-lo na casa dos US$ 5 milhões – R$ 17 milhões, na cotação de hoje.
Diante do exposto, um cenário pessimista (no tocante às colocações na tabela e vendas de PPV) trariam para o Flamengo receitas de televisionamento próximas aos R$ 237 milhões anuais. Numa ótica otimista, o clube atingiria até R$ 282 milhões. Na média, estima-se algo em torno de R$ 250 milhões anuais – R$ 1,6 bilhões, se considerarmos o agregado 2019-2024. E sem contar os direitos pelo Carioca e demais torneios.
Um grande abraço e saudações!
Fonte: Teoria dos Jogos
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