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Em pé: Fábio Augusto, Piá, Edmílson, Júnior Baiano, Mário Carlos e Adriano. Agachados: Rodrigo, Luis Antônio, Djalminha, Fabinho e Nélio |
No time que foi campeão vencendo o Juventus (SP) na decisão, estavam nomes que fizeram sucesso e, em alguns casos, chegaram à seleção. Júnior Baiano, Nélio, Piá, Djalminha, Marcelinho Carioca e Paulo Nunes colecionaram títulos e boas atuações por onde passaram — a maioria fora do Flamengo. Alguns, como Nélio e Piá, foram peças importantes no time rubro-negro que conquistou o Brasileiro de 1992, mas não tiveram vida longa no clube.
Autor do gol do título em 1990, o ex-zagueiro Júnior Baiano, titular do time que ganhou o Brasileiro em 1992 e vice-campeão do mundo com a seleção em 1998, lembra que a política do clube atrapalhou o aproveitamento dos talentos da base. Segundo ele, era muita gente boa para apenas 11 vagas.
— Foi uma época em que apareceram muitos jogadores de qualidade. Antigamente, a diretoria dava mais valor a jogadores mais experientes, mais rodados. Para azar do clube, surgiu muita gente boa na base, num período que o time profissional também contava com grandes jogadores. Mesmo assim alguns conseguiram ser titulares — recorda Baiano.
O técnico do time de Marcelinho e Djalminha era Ernesto Paulo, que chegou a comandar a seleção brasileira em 1991, após a saída de Paulo Roberto Falcão. O treinador foi direto e não tem dúvida ao apontar a geração de 1990 como uma das principais da história do clube.
— Tínhamos 16 jogadores de alto nível. Era um grupo que o Flamengo perdeu. Se deixasse jogar no profissional, chegaria longe. Naquela época, todo mundo queria jogar no Flamengo. O caminho natural para esse jovem que começava no clube era se preparar para jogar no time profissional. O garoto hoje já pensa em sair para o exterior, independentemente do país — lamenta o ex-técnico.
Responsável por uma geração vencedora, Ernesto lembra da preparação feita na base rubro-negra no início da década de 1990. Ao comparar a filosofia implementada no passado com o que é oferecido as jovens promessas brasileiras hoje, ele pede a volta de um tratamento mais "simples" para os jogadores.
— Acho que a formação mudou muito. Os treinadores hoje impõem filosofias e o futebol ganhou um linguajar muito difícil. As coisas precisam ser mais simples e na sua velocidade. As informações precisam ser assimiladas com mais facilidade, os jogadores precisam de tempo para aprender e se adaptar ao que é solicitado — defende.
O time base contava com Adriano, Mário Carlos, Tita, Júnior Baiano e Piá; Fabinho, Marquinhos (Fábio Augusto) e Djalminha; Marcelinho Carioca, Nélio e Paulo Nunes.
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