Muricy aceitou o desafio de treinar o Flamengo pelos próximos dois anos. O técnico desembarcou no Rio na terça-feira e disse que uma das condições para aceitar a proposta do Rubro-Negro foi a de integrar mais a base com o time profissional. Em participação no "Seleção SporTV", o presidente Eduardo Bandeira de Mello lembra da tradição na formação de atletas, principalmente nas década de 80 e início de 90, e explica que existe uma reestruturação das categorias de base do clube em andamento, com o lateral Jorge como exemplo.
- O Flamengo, nos anos 80, talvez fosse o principal padrão mundial de formação de jogadores. O Flamengo foi campeão do mundo de 81 com um time que tinha oito jogadores formados em casa. A cada ano o Flamengo formava três, quatro jogadores no nível de time titular, nível de seleção brasileira. Nós éramos invejados e copiados. Infelizmente a competência que nós tínhamos se deteriorou ao longo do tempo. Tivemos o último suspiro na geração de 90, da Copinha, que tinha Djalminha, Marcelinho, Marquinho, Paulo Nunes, Júnior Baiano, Piá, Nélio. Tínhamos tido antes Zinho, Leonardo. Nos últimos 25 anos quem o Flamengo formou? Sávio, Juan, Renato Augusto, Felipe Melo, Athirson, Adriano (...) Hoje, se você pegar essa divisão do departamento de futebol do Flamengo, que já foi a melhor do Brasil e do mundo no passado, vários outros clubes nos ultrapassaram. Para você voltar a ter a fábrica de talentos que você tinha, isso não é um investimento que você faz agora e colhe o produto daqui a meia hora, daqui a um ano. Esse trabalho já foi começado por nós, e agora só vamos voltar a ter o padrão de excelência que nós tínhamos nos anos 80 daqui a alguns anos. Talvez no final desse nosso segundo mandato esteja tentando se aproximar de uma coisa parecida - prometeu o presidente.
Eduardo Bandeira de Mello faz analise do trabalho das divisões de base do Fla (Reprodução SporTV)
Em busca do sucesso dos anos anos 80, Eduardo Bandeira de Mello diz que existe uma evolução ano a ano das diversas categorias do futebol de base do Fla, mas admite que é um trabalho de longo prazo.
- Nosso sub-20 nos deu o Jorge, que acho que tem potencial. Nosso sub-17 é melhor que o sub-20. O sub-15 do Flamengo talvez seja o melhor do Brasil, e os meninos do sub-13 parecem uma geração muito boa. Mas isso é um trabalho de longo prazo (...) O Muricy vai ter elementos para usar a base do Flamengo. Talvez não tanto quanto o Claudio Coutinho tinha naquela época, mas vai poder usar. A gente também trabalha com o que se chama de meia confecção, que é trazer o jogador semipronto para jogar no sub-17 ou sub-20 e terminar sua formação no Flamengo. Foi o caso do Bebeto, formado no Vitória-BA, Jorginho, que foi formado no América-RJ e chegou no Flamengo já para terminar sua formação.
O técnico assinará com o Flamengo por dois anos. A contratação foi confirmada na segunda-feira, logo após a reeleição de Eduardo Bandeira de Mello à presidência. Muricy estava afastado desde o início do ano, quando deixou o São Paulo e decidiu ficar fora dos gramados por um período para tratar da saúde.
Fonte: Globo
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