O Flamengo está acostumado a entrar em campo para evitar crises na atual edição do Brasileiro. A missão de hoje não é apenas vencer o Joinville, fora de casa, às 22h, e tentar fugir da zona de rebaixamento. O técnico Cristóvão e alguns jogadores precisam garantir a permanência no clube com a vitória, de preferência com uma boa atuação.
Por enquanto, o novo processo de reformulação, que busca uma reação consistente no campeonato, é interno. Cristóvão barrou jogadores e testou uma formação mais ofensiva no treinamento de ontem.
A diretoria tratou de garantir a permanência de Cristóvão mesmo em caso de derrota, mas a pressão se tornará insustentável se o terceiro tropeço seguido se confirmar.
Vanderlei Luxemburgo durou apenas três rodadas no Brasileiro, mas já carregava o desgaste de um mau Campeonato Estadual. A paciência com Cristóvão, naturalmente, é ainda mais curta. Ele teve seis rodadas e algumas semanas inteiras para treinamento para apresentar melhora na equipe. Não conseguiu, e a décima rodada pode ser a definitiva para ele, que sofre questionamentos crescentes nos bastidores rubro-negros por supostamente não ter o perfil do clube.
A diretoria já analisa os possíveis substitutos e fez sondagens a Oswaldo de Oliveira, sem clube. Cuca, suspenso no futebol chinês, é outra opção que agrada. Contudo, o diretor-geral Fred Luz disse que não houve procura por nenhum técnico e bancou Cristóvão.
— O Flamengo não está buscando treinador. Acreditamos que o Cristóvão ainda vai dar a volta por cima. Agora, precisamos contar com o apoio dos jogadores. Sinto que está faltando um pouco mais de empenho deles — afirmou o dirigente à Rádio Globo, ontem, sem mencionar
que foi a diretoria que montou e remontou o atual elenco. E outra remontagem pode vir já. Uma avaliação é feita para a confecção de uma lista de dispensa. Nela, atletas com falta de comprometimento podem ser emprestados.
Everton, personagem de um vídeo vazado recentemente em que aparece aparentemente embriagado, é um dos que podem sair. O vídeo, porém, é do ano passado. Especula-se que a China pode ser um destino, mas ainda não há proposta na mesa do Flamengo.
A situação de Anderson Pico, Pará, Márcio Araújo, Paulinho e Marcelo Cirino também não é boa. Todos são monitorados há algumas semanas depois de queda de produção acentuada. Outro que deve sair é Lucas Mugni. O Atlético-PR mantém contato com representantes do argentino, mas clubes de seu país também podem levá-lo.
O time que começou o ano com perspectiva de ser campeão estadual e buscar uma vaga na Libertadores de 2016, hoje busca forças para a nada nobre missão de evitar o primeiro rebaixamento da história do clube. Fato que tem se tornado rotina nas campanhas rubro-negras nos Campeonatos Brasileiros.
Quatro são barrados
Anderson Pico, Luiz Antonio, Márcio Araújo e Eduardo da Silva foram barrados de uma só vez pelo técnico Cristóvão, que montou um Flamengo mais ofensivo para pegar o Joinville, hoje. O treinador promoveu o retorno de Marcelo Cirino, que fará dupla de ataque com Emerson Sheik, e deve lançar Alan Patrick no meio, confirmando a quinta saída, de Gabriel.
Antes de ensaiar a movimentação pela única vez antes da partida, Cristóvão reuniu os atletas e teve uma conversa de 15 minutos. O diretor Rodrigo Caetano também promoveu uma reflexão e elevou o tom das cobranças.
Mesmo que o time vença, há um processo de reavaliação do trabalho de todos, comandado pelo vice de finanças, Rodrigo Tostes, que integra o conselho gestor do futebol rubro-negro. É ele quem conduz as mudanças.
Por isso, mesmo que não haja derrota diante do Joinville hoje, o conceito de toda a diretoria é que não há mais espaço para relaxamento quando o Campeonato Brasileiro entra na segunda parte do primeiro turno. A expectativa é que a melhora seja suficiente nos próximos jogos para que no segundo turno haja uma arrancada. A chegada de Paolo Guerrero é a última esperança.
O clube ainda busca um meia, mas com ceticismo. O volante Elias, outro alvo, também está cada vez mais longe. É esse elenco que está aí que vai tentar algo mais na temporada. Com pressão.
Fonte: Extra
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