terça-feira, 9 de junho de 2015

Pra fazer história! Bandeira quer ver Guerrero como o maior ídolo do Brasil

Eduardo Bandeira de Mello quer entrar para a história do Flamengo. Ser o presidente que reestruturou as finanças do clube mais popular do Brasil. As dívidas quando assumiu no início de 2013 eram de assustadores, R$ 803,7 milhões. Os números só se tornaram transparentes agora, dois anos depois. O clube teve água e telefone cortados por falta de pagamento.

Em 2014, as dívidas caíram na Gávea para R$ 697 milhões no final de 2014. Fruto de um trabalho árduo de cortar na carne as despesas. Só que o milagre que o time conseguiu em 2013, ganhando a Copa do Brasil, não se repetiu. Pelo contrário, a fraca equipe do ano passado tropeçava. E colocava medo. Parecia caminhar para o rebaixamento. Vanderlei Luxemburgo, com o efeito de um refrigerante dois litros aberto, conseguiu bons resultados no início do trabalho. Depois perdeu fôlego e foi despachado sem dó, com justiça.

Cristóvão foi contratado. Mas uma conversa entre Eduardo Bandeira de Mello e seu amigo Zico, grudou no cérebro do presidente do clube. O maior jogador de todos os tempos na Gávea foi direto.

“Presidente, essa caneta precisa gastar um pouquinho para trazer umas feras para a gente. Temos que ficar tranquilos no Brasileiro. O Flamengo precisa ter um ídolo nacional. A partir desse grande atleta, a torcida incendeia, os patrocínios chegam, os resultados, os títulos.” E o mais importante para Bandeira de Mello, a reeleição. A chance de ficar até 2018. E garantir seu grupo político até 2021, 2024.

O ex-administrador do BNDES tem a certeza que se ficar mais três anos enxugando as finanças do clube, em 2017, tudo estará mudado. Com um CT moderno e o projeto de uma arena para 40 mil pessoas em andamento. Aí seria a garantia de estátua na frente da Gávea.

O Flamengo foi o clube que mais faturou no futebol brasileiro em 2014. Foram nada menos do que R$ 370 milhões. Teve o maior superávit, R$ 64,3 milhões. O dinheiro entrou com os patrocinadores, as cotas de televisão, vendas de jogadores, sócio-torcedores, arrecadação, principalmente. Isso sem um grande ídolo.

Foi para que isso continue, Bandeira seguiu o conselho de Zico. Decidiu investir em Paolo Guerrero. Os R$ 12 milhões de luvas e mais salário de R$ 520 mil por três anos. A diretoria rubro-negra já colocou o marketing para trabalhar na imagem do peruano. O plano é transformá-lo no maior ídolo do futebol brasileiro.

Quando ele chegar da Copa América, estará em todas as campanhas publicitárias possíveis. Sua aparência de cantor de rock, tatuado, agrada a nova geração. A Adidas promete fazer tudo o que a Nike não fez no Corinthians.

Guerrero e seus empresários já sabem da responsabilidade. O peruano que já tem até apartamento no Rio de Janeiro se mostrou animado com os planos. Só quis saber se a diretoria conseguirá montar uma equipe competitiva. Ouviu que novos reforços chegarão à Gávea até o final da Copa América. Pelo menos dois jogadores de bom nível.

O objetivo em 2015 é conseguir a classificação para a Libertadores de 2016. Se tudo der certo haverá bônus dos patrocinadores, maior arrecadação, mais dinheiro. O novo treinador Cristóvão já avisou aos dirigentes que o time precisa mesmo ser reforçado.

Além de Guerrero, o clube quase trouxe Elias do Corinthians. Foi o volante que desistiu de voltar para a Gávea. A esperança por Robinho segue firme. Se ele não acertar com o Santos, a Gávea tem a prioridade. Há ainda a tentativa também da Vila Belmiro por Lucas Lima.

Eduardo Bandeira de Mello já está sendo cobrado por esses gastos. Mas a uma pessoa muito próxima ele falou com todas as letras. “Sem alegria no futebol não há como presidir o Flamengo. A responsabilidade financeira continua. Aliás, nunca foi tão séria. Mas sem um grande jogador como o Guerrero para repartir a pressão, fica impossível para trabalhar. Flamengo é antes de tudo futebol.”

O sonho do presidente flamenguista é terminar seu primeiro mandato devendo ‘apenas’ R$ 450 milhões. O que seria um resultado espantoso, com o Brasil mergulhado na recessão. Basta lembrar da herança de R$ 803,7 milhões de Patrícia Amorim. Para esse milagre, só com o apoio da torcida, empolgada com pelo menos um ídolo de verdade, Paolo Guerrero…

Fonte: R7 / Cosme Rímoli

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