No começo a tarde não tinha tanta cara assim de “Clássico dos Milhões”.
Afinal, após a polêmica decisão do Vasco de protestar contra a concessão de um estádio público para dois clubes rivais mandando seu jogo num estádio público cedido para um clube rival, o Engenhão mais uma vez demonstrou seu imenso potencial para repelir torcedores e acabou tendo cerca de 990 mil pessoas a menos do que o apelido da partida poderia indicar.
Mas mesmo num estádio vazio, durante um campeonato sucateado e lidando com uma arbitragem tão confusa que conseguiu o improvável feito de quebrar o sistema do VAR, o Flamengo conseguiu realizar uma de suas melhores, senão a sua melhor, partida da temporada.
E muito disso tem a ver, mais uma vez, com Arrascaeta. Isso porque se o começo do uruguaio com a camisa rubro-negra não foi dos melhores, oscilando entre momentos de rara técnica e outros de pura displicência, desde que assumiu a titularidade contra o San José o meia parece ter conseguido entender a proporção exata de qualidade e dedicação que o torcedor flamenguista espera, mostrando que é capaz de unir a qualidade que o tornou destaque no Cruzeiro com a dedicação que qualquer um precisa ter se quiser vestir vermelho e preto.
Somando a isso a onipresença de Éverton Ribeiro e a correria e movimentação quase insanas de Gabigol, o Flamengo conseguiu ter contra o Vasco um ataque que uniu mobilidade, habilidade e dedicação, que acabaram resultando nos dois gols de Bruno Henrique, o outro integrante do nosso quarteto ofensivo e que, apesar dos frequentes momentos de desequilíbrio emocional aleatório - um bom exemplo é o cartão amarelo no primeiro tempo que irá deixá-lo fora do segundo jogo da final - vem demonstrando extrema facilidade para decidir clássicos contra nosso rivais regionais.
É possível dizer que o Flamengo realizou uma partida perfeita ou que finalmente atingiu todo o seu potencial? Com certeza não, seja pelo longo período no primeiro tempo em que não conseguimos transformar a posse de bola em finalizações, seja porque mais uma vez o meio de campo preparou ótimas oportunidades de cruzamento para os laterais que não foram tão bem aproveitadas porque nossos laterais não são exatamente bons em cruzar, seja porque o Vasco, apesar de ser um rival histórico, atualmente está mais bem cotado para vencer duelos pokémon do que o Campeonato Brasileiro.
Mas é possível perceber que com a entrada de Arrascaeta tivemos um Flamengo mais agudo e inteligente, que dominou totalmente a partida e não criou um placar mais amplo muito mais por conta de seus próprios erros do que da resistência do adversário. Ainda existem muitas coisas a serem melhoradas se quisermos ganhar mais do que clássicos estaduais, mas a sensação, vendo diversos momentos da partida desse domingo, é que não apenas podemos estar descobrindo o caminho para isso mas também que ele passa pelos pés de Arrascaeta.
Fonte: Espn FC
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