"Aí, galera.
Vamos ganhar essa p... toda.
Vamos ganhar tudo esse ano, chega de cheirinho, p...",
Já ganhou a manchete dos principais portais do país.
Esta é a arrogante declaração do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim.
Está sendo repercutida nas rádios e canais esportivos a cabo.
Sim, foi em uma celebração, regada a vinho branco com amigos.
Mas ele sabia que estava sendo filmado em um celular.
Landim foi contra toda a cuidadosa postura de Abel Braga.
O treinador campeão do mundo garantiu estar empolgado por sua volta à Gávea e, mesmo tentado por jornalistas, se conteve.
Garantiu que o time irá se doar ao máximo em campo.
Dará a alma por título.
Disse, com todas as letras: "estou com fome" de conquistas.
Mas, experiente, vivido, parou por aí.
Respeitou os concorrentes.
E sabe que vida não será nada fácil.
Principalmente na Libertadores, tendo pela frente Palmeiras, Cruzeiro, Internacional.
Já começará tendo de se impor no grupo D da competição, contra Peñarol, LDU e San José, equipe boliviana de Oruro, que fica a 3.700 metros de altitude.
A gestão Landim já está sendo muito controversa.
Dirigentes do Santos e, principalmente, do Cruzeiro se mostram revoltados com a atitude desrespeitosa dos novos mandatários rubro negros.
Eles estão assumidamente conversando antes com os jogadores e depois com os clubes.
Foi assim com Bruno Henrique.
E com Arrascaeta.
Os dois acertaram salários e tempo de novo contrato com o Flamengo.
Mas sem terem saído do Santos e do Cruzeiro.
O uruguaio entrou em choque com a direção mineira.
Seu empresário, Daniel Fonseca, foi chamado de 'bandido' pelo vice presidente de futebol, Itair Machado.
O clube carioca fez questão de anunciar publicamente ter R$ 100 milhões para gastar em contratações em 2019.
Postura vista como ingênua por empresários de futebol.
Tudo o que o Flamengo fez foi inflacionar os atletas que tem interesse.
Eles passaram a custar mais.
Pagar R$ 22 milhões por 50% de Rodrigo Caio, jogador em péssima fase, reserva do São Paulo e que foi reprovado nos exames médicos no Atlético de Madrid e que o Barcelona acaba de recusar o atleta por um período de empréstimo de graça, é algo inexplicável.
Nem dirigentes do Morumbi acreditaram na polpuda proposta, aceita o mais rápido possível.
Ao Santos, a informação que circula na Vila Belmiro é que foram ofertados R$ 23 milhões e mais a possibilidade do empréstimo do lateral esquerdo Trauco ou do volante Jean Lucas.
Ao Cruzeiro, o Flamengo daria R$ 43 milhões e triplicaria seu salário, situação que deixou o jogador empolgadíssimo, disposto a comprar a briga com Itair Machado para deixar a Toca da Raposa.
Os dirigentes ainda não desistiram de Dedé, também do Cruzeiro. Apenas evitam falar publicamente, depois do escândalo envolvendo Arrascaeta.
O clube ainda negocia com Rafinha, do Bayern, para a lateral direita.
E Dodô, ex-Santos, para a esquerda.
Conseguiu acabar com o impasse envolvendo Diego Alves.
Mas sofre para buscar a renovação do meia Diego.
Nos bastidores os comentários é que não há uma 'sangria desatada' e ele ainda pode deixar o clube.
O time já viajou para os Estados Unidos.
Fará sua estreia na Flórida Cup, na quinta-feira, contra o Ajax.
E no sábado terá pela frente o Eintracht Frankfurt.
De acordo com Landim, o clube já tem a obrigação de ganhar o torneio.
Seria fundamental alguém avisar o empolgado novo comandante rubro-negro.
Em janeiro de 2018, houve outra pessoa que fez essa mesma promessa.
A de que o Flamengo iria vencer tudo no ano passado.
"Vamos ganhar tudo.
"Não vai sobrar nada para o Corinthians e para o São Paulo.
"E nem para o Palmeiras."
Ela foi dita pelo ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello.
O que o Flamengo conquistou em 2018?
Nada.
Durante seis anos de Bandeira de Mello, só dois Cariocas e uma Copa do Brasil.
Foram 24 competições disputadas.
Só três conquistas.
Saldo incompatível com a expectativa.
Acabou xingado, execrado pela torcida.
Por isso, a ironia dos rivais, diante de tanto 'cheirinho' de títulos.
E tão poucos conquistados.
Rodolfo Landim começa sua administração da pior forma possível.
Avisando ao mercado ter R$ 100 milhões para contratar.
Criando confusões desnecessárias com clubes rivais.
E caindo na pior tentação possível.
A de prometer 'ganhar tudo' em 2019.
Será cobrado...
Fonte: Cosme Rimoli / R7
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