Ao longo de mais de 100 anos de história, o Flamengo teve um sem-número de craques. No entanto, a lista de boatos envolvendo negociações mirabolantes com astros internacionais não fica muito atrás. Nomes como Maradona, Batistuta, Seedorf, Davids, Del Piero, Ronaldo e Balotelli, entre outros, já estiveram cotados para vestir rubro-negro. Em 1980, a bola da vez na Gávea era simplesmente Johan Cruyff, que faleceu nesta quinta-feira, aos 68 anos, em decorrência de câncer de pulmão.
A ideia de contratar o craque holandês veio a público em outubro daquele ano, em meio às convocações de nomes como Zico, Júnior e Tita para a seleção brasileira. Márcio Braga, então presidente do Flamengo, temia que os jogos da equipe tivessem pouco público sem alguns de seus principais jogadores.
Então, a diretoria buscou um nome capaz de atrair a torcida ao Maracanã nos jogos do Campeonato Carioca, mas que não corresse o risco de também ser convocado por Telê Santana para defender o Brasil.
Em 25 de outubro de 1980, um sábado, Márcio Braga ficou encarregado de falar ao telefone com Cruyff. O holandês estava na Ásia, em excursão de pós-temporada com o Washington Diplomats, mas, segundo publicado pelo Jornal do Brasil do domingo (26), combinou que tentaria uma escala no Rio de Janeiro na viagem de volta para os Estados Unidos. Se conseguisse, conversaria com Márcio Braga.
Cruyff, porém, não se mostrava muito disposto a jogar no Brasil. “Ele pediu uma quantia muito acima do que podemos pagar. Mas também não ficou acertado o tempo de contrato”, disse Eduardo Motta, vice-presidente do futebol do Flamengo, em declarações publicadas pelo mesmo Jornal do Brasil em 27 de outubro. Márcio Braga, por sua vez, havia se comprometido a conversar mais uma vez com Cruyff por telefone quando o holandês voltasse da Ásia.
Mas o avião do astro holandês não pousou no Rio de Janeiro. De volta da excursão com os Diplomats, deixou o futebol norte-americano e foi para a Europa. O Leicester, então promovido da segunda divisão inglesa, tentou assinar com Cruyff para a disputa da segunda metade da temporada 1980/1981, mas as tratativas não avançaram. Assim, o holandês acabou fechando com o Levante, então na segunda divisão espanhola.
No Flamengo, a ausência de Cruyff não foi tão sentida. Embora as convocações de alguns de seus principais jogadores fossem frequentes, o clube conquistou a Copa Libertadores da América e o Mundial Interclubes no mesmo ano de 1981. Cruyff fez falta?
Fonte: UOL
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