A CPI do Futebol teve, nesta terça-feira, mais uma audiência pública no Senado. Os convidados, desta vez, foram os presidentes da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, e o presidente da Federação Mineira de Futebol, Castellar Modesto Guimarães Neto.
A reunião, aliás, deu a impressão de que seria realizada com um quórum baixo, mas os parlamentares compareceram em peso. Na ocasião, o dirigente carioca não hesitou em criticar duramente a Liga Sul-Minas-Rio, criada com a participação de Flamengo e Fluminense, clubes que estão em litígio com a federação.
- Acho um movimento elitista e prejudicial ao futebol como um todo. Ela vai confrontar um calendário que já existe e que contempla clubes de menor investimento. Estou falando a posição do estado do Rio, apurada por todos os clubes, menos dois - disse Rubens Lopes, que só disse se tratar de Flamengo e Fluminense após ser interpelado pelo presidente da CPI, o senador Romário.
Catellar Neto, por sua vez, se mostrou favorável ao movimento. No entanto, fez a ressalva de que é necessário olhar para o calendário.
- Sinto que qualquer movimento por parte dos clubes é extremamente benéfica. Fico preocupado com as datas - ponderou Castellar.
Em diversos momentos, os mandatários das entidades que regem o futebol no Rio de Janeiro e em Minas Gerais falaram especificamente sobre seus campeonatos estaduais. Em defesa do Campeonato Carioca, o presidente Rubens Lopes citou que o certame não é deficitário.
- A receita não pode ser só de bilheteria. Se não tivesse jogo, não ia ter cota de televisão. Não haveria vários dispositivos que são transformados em renda. O que precisamos é corrigir o desequilíbrio financeiro entre as equipes, isso é fundamental - declarou.
Logo em seguida, Rubens Lopes foi interpelado pelo senador Omar Aziz, que citou a situação do Vasco para demonstrar o quão desnivelado está o Campeonato Carioca em relação ao resto do País.
- Ouso dizer que o atual campeão carioca está na penúltima colocação do Brasileiro, prestes a ser rebaixado, com o mesmo time que foi campeão carioca. Espero que não seja, não sou vascaíno, mas respeito o Vasco. Vi os 18 jogos do Vasco no primeiro turno e uns dez no segundo e a qualidade do time está longe do ideal - comparou o político.
SITUAÇÃO POLÍTICA NA CBF
Questionados pelos membros da CPI sobres possíveis irregularidades nos contratos firmados pela Confederação Brasileira de Futebol, ambos os dirigentes afirmaram desconhecer ou possuir documentos que comprovem as fraudes. Os presentes discutiram a eventual saída de Marco Polo Del Nero da entidade que rege a modalidade no País. Os dois, inclusive, garantiram não apoiar qualquer outra escolha que não seja a de Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol e atual vice-presidente mais idoso e, portanto, sucessor natural de Del Nero à frente da CBF.
- Se a lei é inadequada, vamos mudar a lei. Mas enquanto ela existir, vamos segui-la. A chance é zero de votar a favor de um golpe. O estatuto da CBF é claro: em caso de impedimento do presidente, assume o que tiver a condição "x". Se ele é mais velho, mais gordo, mais magro, enfim, assume o Delfim (Peixoto) - cravou Rubens Lopes.
A próxima reunião da CPI do Senado está marcada para o dia 7 de outubro, às 14h30.
Fonte: Globoesporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário