O diretor de relacionamentos do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo (Sapesp), Mauro Costa, tem visitado clubes paulista para alertas a respeito de esquemas de manipulação de resultados.
O sindicalista fez um curso com a Interpol sobre o tema e aponta a América do Sul como principal alvo dos grupos de corrupção.
"Já fui em alguns clubes, como Nacional, Atibaia, São Bernardo, primeiro vou nos pequenos que é mais fácil. Os jogadores têm aceitado muito bem e têm interagido bem com a gente. A América do Sul hoje é o alvo. Como a Interpol bateu bem forte na Europa, vieram para cá. Já estão aqui, com uma quadrilha", disse o dirigente, em conversa com a ESPN.
Mauro esteve no encontro realizado na Costa Rica no mês de junho ao lado do advogado Guilherme Martorelli, e eles se tornaram os primeiros brasileiros a fazerem o curso realizado por Interpol, Fifa e Fifpro.
"A Fifpro, Interpol e a Fifa querem inibir a manipulação de partidas. Então fomos treinados pela Interpol a ensinar os jogadores a evitar manipulação. Como reconhecer essa manipulação e denunciar. No curso que fui estavam vários países, explicam como resistir a isso, como pode denunciar isso, os atletas não sabem como fazê-lo", explicou o sindicalista.
O diretor da Sapesp disse à reportagem que já visitou alguns clubes menores de São Paulo e que com o tempo também deve fazer o mesmo com os grandes times do Estado.
"O pessoal tem medo de denunciar, é uma máfia. Uma quadrilha muito forte. Tem casos que ameaçam matar filho, matar mulher, é muito sério. É uma coisa bem forte, com quadrilhas. O problema é o mercado negro das apostas. Eles compram lateral, compram minutos que se toma cartão amarelo, quantas faltas faz no jogo, eles compram tudo, é uma máfia mesmo. Esses caras são piores que narcotráfico, são bandidos mesmo, são treinados para isso", relatou Mauro Costa.
O sindicalista ainda contou como se dá o incidente de manipulação de resultados.
"Para manipular existe a proposta direta e indireta. Ele chega pela sua família, por um amigo, ou se infiltra no clube. Dá presentes, relógios, roupas, quer trocar seu carro, te leva para sexo de graça, essas coisas. Pega uma criança que é amiga do seu filho, seu irmão, e vira seu amigo. Aí começa a te comprar e então já era", relatou Mauro Costa.
No próximo mês de outubro serão completados 10 anos do maior escândalo de máfia de resultados já visto no Brasil, quando o árbitro Edilson Pereira de Carvalho manipulou algumas partidas do Brasileirão daquele ano. O esquema mudou a história da competição, que teve o Corinthians como campeão - sem o incidente, o vencedor do certame teria sido o Internacional.
Fonte: ESPN
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