domingo, 9 de agosto de 2015

Urubu Deselegante

Goiás, Inter, Joinville, Coritiba. Em que pese sermos anfitriões muito bem receptivos no Maracanã nesse campeonato, exercendo uma hospitalidade que beira o ridículo, fazendo a felicidade de quase todo mundo que aparece no Rio para nos visitar, e servindo um buffet com farta oferta de pontos e um sem número de “molinhos” em todos os setores do campo, o fato é que temos sido de uma deselegância bárbara, violenta, imoral e injustificável quando deixamos a Cidade Maravilhosa para nos aventurarmos na casa alheia. Entramos, nos fartamos em coletas de três pontos como se não houvesse amanhã, e saímos sem pedir desculpas e nem dar explicações pela deselegância. Até mesmo no Beira Rio, local aprazível no qual sempre somos mui bem recebidos, e sempre ficamos com cara de bobo vendo o Colorado jogar sozinho, desta vez nos engraçamos e arrancamos a vitória.

Para esse confronto com a Ponte Preta em Campinas temos um histórico atual a nosso favor, e outro de longa data que não nos é muito favorável. A Macaca começou o Brasileirão 2015 passando o rodo em geral, com o tal de Cajá fazendo a alegria de Cartoleiros de Norte a Sul do país. Sempre sob o olhar desconfiado do resto do país, achando que era tudo fogo de palha… A equipe de Campinas resolveu não decepcionar e nem queimar a língua dos milhões de comentaristas desportivos das TVs oficiais e das redes sociais. Começou a derrapar, patinar pra tudo quanto é lado, parecendo uma Macaca dançando a música do realejo por cima de um chão ensaboado.

Despejada de forma cruel do paradisíaco G4, a cobertura do campeonato, a Ponte ocupa a posição de número 13 e já deve ter gente em Campinas dando uma olhada de soslaio para o povo lá da rabeira da tabela e pensando: “Vai que…”. Já são 7 jogos sem vitória. Quatro empates e três derrotas no qual o ataque pontepretano fez o miserê de dois únicos gols, parecendo até uma equipe do Rio de uniforme bem semelhante ao deles… Ops… Perdão aos torcedores da Ponte. Comparar com o Vasco é sacanagem da braba. Cartão amarelo pra mim. Ah… O lado negativo? Eles não perdem pro Flamengo desde 2005. Sete jogos. Foda-se. Não quero falar sobre isso.

Do lado que importa. Entre choradeiras de carência afetiva do Cristóvão porque o povo o chamou de burro (injustamente, na ocasião) ao fim do jogo contra o Santos; no meio das farpas trocadas entre os Azuis Claro, Turquesa,  Piscina, Marinho e todos os outros tons que irão se ofender e tacar pedras uns nos outros de forma democrática até as distantes eleições no final do ano… Nosso time de futebol vai a campo.

Cáceres fora. Vai jogar numa porra de um time de um país maluco desses por ali do Oriente Médio. Um tal de Al Rayyan. Sinceramente. Dinheiro deve ser bom. Não tenho muito como julgar porque nunca tive muito, mas deve ser isso tudo também não. Se exilar lá naquele treco quente e com uma cultura tão diferente da nossa? Trocar o Rio de Janeiro por isso?  Sei não.

Com PV sob a trave e esperamos já com o tal ritmo de jogo em dia… Me bate uma dúvida. Que porra é essa desse ritmo de jogo? O tal do Ederson teve sua forma física cantada em prosa e verso. Porque estava fazendo pré-temporada na Europa e blá, blá, blá. Daí o cara tá fora do jogo contra a Ponte por causa disso?  Não que eu bote uma fé monstra no futebol do cara, mas esse elemento mágico aí, o tal do Ritmo de Jogo. Saporra se adquire não é jogando? Bota o cara lá pra jogar um tempo e vê o que acontece. Se foi decisão da comissão técnica, tá errado. Se foi solicitação do próprio, tá mais errado ainda.

Eu estarei lá em Campinas para o confronto, já que apesar de ateu, sou da tribo que acredita que lugar de missa é na igreja. Forma favorita de comemorar o Dia dos Pais, já que meu filho e fiel escudeiro estará lá comigo. No mais… Feliz Dia dos Pais. Até mesmo pro povo da arcoirizada. Para os pais que torcem para a Ponte, desejo só 97% de felicidade. Os três pontos eu quero fazer falta de educação de novo e trazer pro Rio.

Fonte: Falando de Flamengo - Sorín

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