Enquanto as despesas crescem, receita somada dos 20 maiores clubes está estagnada há três anos. Rubro-Negro é destaque e passa a ser o clube que mais fatura no país.
A soma da receita obtida pelos 20 maiores clubes do futebol brasileiro em 2014 atingiu R$ 3,1 bilhões, praticamente a mesma quantia dos dois anos anteriores o que revela que as finanças do esporte mais popular do país estão estagnadas. Como as despesas continuaram aumentando, atingindo R$ 3,7 bilhões, então o futebol brasileiro teve seu pior ano da história em termos financeiros desde que o Brasileiro passou a ser disputado por pontos corridos, em 2003, com um déficit de R$ 598 milhões.
Do faturamento total, as quantias pagas pelos direitos de TV seguem tendo a maior participação na receita dos clubes com 36%, seguida dos patrocínios, com 15%. A dívida total dos clubes somou R$ 6,3 bilhões, um aumento de 16,7% sobre 2013.
A análise é do consultor em gestão e marketing esportivo Amir Somoggi, tendo como base os balanços financeiros divulgado pelos clubes.
Destaque fora de campo
Na contramão do futebol brasileiro, o Flamengo aumentou em 27% sua receita e fechou o ano passado com um faturamento de R$ 347 milhões, a maior do país. Em 2013, o rubro-negro carioca obteve apenas o quarto maior faturamento do futebol. Além disso, o Flamengo (-8%) e Goiás (-17%) foram os únicos clubes entre os grandes a reduzirem suas dívidas no ano passado. Por outro lado, Atlético-PR (97%) e Corinthians (62%) foram os que mais aumentaram.
O Flamengo mostrou o caminho para o mercado e foi a única grande exceção do cenário atual. A gestão do clube da Gávea está fundamentada em um tripé: maximização constante das receitas, controle efetivo dos custos e redução do endividamento. É o único clube brasileiro orientado para uma gestão sustentável. Fechou com superávit de R$ 64 milhões e espera encerrar 2015 com R$ 100 milhões de ganhos.
O atual ambiente político e legal, com a possibilidade de aprovação do PROFUT é talvez a única saída para revertemos esse cenário de profunda crise financeira. Caso nada seja feito em pouco tempo nosso futebol estará operando com perdas anuais próximas a R$ 1 bilhão.
Reverter esse quadro é o maior desafio da história do nosso futebol.
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