Reportagem de Camila Mattoso na Folha de S. Paulo — clique aqui e leia — mostra que alcança R$ 1,64 bilhão o custo atualizado do estádio do Corinthians. É aproximadamente três vezes o do Allianz Parque, casa do Palmeiras, acordo que englobou melhorias no clube, com dois prédios. Para dar uma ideia mais ampla, toda a dívida alvinegra, fora a "arena", bateu R$ 452,7 milhões segundo o balanço de 2015.
Leia também: Palmeiras passa Corinthians e fica em 2º em receita publicitária; Fla é 1º Além de não colocar um centavo na construção, feita por um parceiro, a W. Torre, os alviverdes viram os naming rights serem vendidos por quase a metade do custo da obra. É algo que até hoje os dirigentes do Corinthians não conseguem transformar em realidade, apesar de inúmeras promessas que criaram expectativa na torcida.
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Reflexo de devaneios como a contratação de Pato (€ 15 milhões fora salários), o endividamento disparou após a conquista da Libertadores e do Mundial da Fifa, saindo de R$ 177,1 milhões e se elevando em 256% entre 2012 e 2015. Isso significa que mesmo vendo números em vermelho nos relatórios financeiros, o custo do estádio consegue ser 3,6 vezes maior do que todo o rombo econômico corintiano.
A dívida de 2012 representava apenas 39% do negativo apontado pelo último balanço anual do campeão brasileiro. Não é só: a receita no ano dos títulos sonhados foi de R$ 324,7 milhões, enquanto em 2015 o resultado registrado em balanço chegou a R$ 245,5 milhões, 24% menor, o que piora o cenário para o clube alvinegro.
O Flamengo, que "merecidamente" se transformou no mais encalacrado do país no mesmo ano em que o Corinthians foi campeão de tudo (eram R$ 803,7 milhões devidos em 2012), fechou 2015 com rombo de R$ 579,3 milhões. Desde então a dívida caiu em R$ 224 milhões, ou R$ 47 milhões a mais do que os corintianos deviam em 2011.
Ou seja, de lá para cá os rubro-negros quitaram o equivalente a toda a dívida do Corinthians, com sobras. Tanto que em 2015 a diferença entre os déficits era de R$ 126,6 milhões, sem contar o estádio de Itaquera. Em 2011, quando foi campeão brasileiro e se preparava para ganhar títulos internacionais, o clube paulista devia R$ 626,6 milhões a menos do que o rival sediado no Rio de Janeiro.
Pior: somado os R$ 452,7 milhões devidos pelos alvinegros, como aponta o balanço, ao custo do estádio, a dívida total do Corinthians passa dos R$ 2.020 bilhões, e equivale a 3,488 vezes à dos rubro-negros. Isso porque, como mostra a matéria da Folha, o Corinthians pagou 6% do custo inicialmente previsto de sua "arena", então estimado em R$ 1,2 bilhão, o que dá aproximadamente R$ 72 milhões.
Quando surgiu a informação de que o Corinthians teria um estádio erguido pela Odebrecht e a pedido do então presidente Lula (um absurdo), era um projeto de R$ 350 milhões (veja aqui). Ao virar palco de abertura da Copa do Mundo o valor aumentou 4,6 vezes. Não fosse o envolvimento com o evento, obviamente não seria tão caro.
Claro que o orçamento inicial dificilmente bastaria, pois surgiram custos como o da remoção dos dutos da Petrobras que estavam no subsolo. Mas sem a Copa não haveria o acabamento mais requintado de uma obra até hoje não concluída e absurdamente cara. Os próprios torcedores brincam chamando-a "Palácio de Mármore".
Seria melhor não receber o Mundial, não se submeter às exigências da Fifa, mesmo não podendo usufruir da linha de crédito da Copa aberta pelo BNDES. E ter uma "arena" por custo aceitável. Mesmo que ficasse um tanto acima do inicialmente previsto. O estádio sempre foi o sonho da Fiel, mas cartolas tentam transformar em pesadelo.
Fonte: Mauro César Pereira
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